Os Desafios da Segurança Hídrica na Bacia do Rio Nilo

Autores

  • António Alexandre Capitão-de-Mar-e-Guerra na situação de reserva. Foi docente no Instituto Universitário Militar. É Doutorado em Relações Internacionais, na especialidade de Estudos de Segurança e Estratégia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Possui o Curso de Estudos Avançados de Geopolítica, da Universidade Autónoma de Lisboa em parceria com o Instituto da Defesa Nacional. É investigador associado no Centro de Investigação e Desenvolvimento do Instituto Universitário Militar e auditor do Curso de Defesa Nacional.

Palavras-chave:

Rio Nilo, Egito, Etiópia, Sudão, Competição Geopolítica

Resumo

O início do enchimento da grande barragem da renascença etíope, a maior de África, no Nilo Azul, em julho de 2020, e a não obtenção de um acordo sobre a partilha de recursos hídricos, acentuou as divergências entre o Egito, a Etiópia e o Sudão acerca da gestão das águas transfronteiriças do rio Nilo. O principal objetivo da Etiópia é a produção de energia hidroelétrica, mas as operações da nova barragem poderão alterar significativamente os padrões do caudal do Nilo a jusante e afetar tanto o Sudão como, sobretudo, o Egito. Este artigo analisa as disputas pelo controlo do caudal do rio Nilo entre a Etiópia, que procura afirmar o seu poder naquela região, o Egito, que tem sido dominante, e o Sudão, que pode beneficiar da energia produzida na nova barragem. Os resultados evidenciam que a competição geopolítica entre os três Estados existe e encontra-se mesmo num ciclo ascendente.

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Publicado

2023-07-18