Energia e Ambiente num Mundo com muita Gente
Resumo
Muitos dos recursos que exploramos para o nosso dia a dia são finitos, isto é não se renovam (pelo menos à escala de tempo que é a nossa). Por outro lado, a Natureza tem uma capacidade finita para absorver os impactes que as actividades que desenvolvemos têm sobre ela. A Energia de origem fóssil é um excelente exemplo para ilustrar ambas as afirmações: os combustíveis fósseis aproximam-se da situação de pico de produção e a sua queima é o agente mais forte das alterações climáticas e de uma grande quantidade de outros impactes ambientais. Por outro lado, a procura de energia aumenta fortemente, em particular por causa da necessidade dos países em vias de desenvolvimento, com destaque para países como a China e a Índia. Este facto, em paralelo com o crescimento demográfico, que no mínimo levará o mundo a ter uma população de 10 mil milhões de pessoas no final do século, tornam a pressão sobre a oferta e o nível dos impactes ambientais, verdadeiramente insustentáveis, quer o mundo evolua sem corrigir as assimetrias de consumo de energia per capita, quer faça um esforço tremendo para que este se reduza nos países industrializados e suba nos países em vias de desenvolvimento. É pois imperativo que o aumento de consumo global de energia se faça à custa de fontes de energia limpas (Energias Renováveis), em paralelo com uma redução inteligente de consumo (consumos evitados, eficiência energética), acabando mesmo esta estratégia, por estar na base do que se tem chamado de desenvolvimento sustentável. Considera-se que será mesmo necessário alterar de forma profunda a cultura consumista e desenvolvimentista “à outrance” que domina o mundo dito desenvolvido de hoje, para a adopção de um conjunto de valores de uma natureza completamente diferente e compatível com uma perspectiva operacional de desenvolvimento sustentável.