A Relação UE-Ásia Central
Novos Desafios Geopolíticos
DOI:
https://doi.org/10.47906/ND2025.171.07Resumo
Este artigo analisa como a viragem geopolítica da União Europeia (UE), formalizada pela “Comissão geopolítica” de von der Leyen, se manifesta nas relações com a Ásia Central, questionando se esta transformação representa uma rutura genuína com a abordagem normativa tradicional ou uma continuidade de práticas já existentes. Argumentamos que os interesses geopolíticos da UE na Ásia Central sempre estiveram presentes desde os anos 2000, motivados por considerações securitárias, energéticas e de contenção de rivais regionais, particularmente a Rússia e a China. Assentando no pressuposto de que a dicotomia entre valores liberais e geopolítica constitui uma falácia, na prática, entende-se que a nova abordagem representa, em grande medida, o reconhecimento explícito de uma competição internacional crescente. O artigo aponta para dois desafios futuros: o risco de a UE ser arrastada para lógicas de regateio entre potências na região e a necessidade de calibrar o grau de intervencionismo em eventuais divisões internas nos Estados da Ásia Central