Das Operações Baseadas em Efeitos à Comprehensive Approach
Abstract
As Operações Baseadas em Efeitos (EBO) constituíram, durante cerca de uma década, uma das ideias mais comentadas na esfera militar. Relacionadas com a Revolução nos Assuntos Militares e concebidas como um dos princípios que deviam guiar os processos de transformação militar, as EBO foram inicialmente concebidas como um processo para a selecção de alvos a bater, constituindo‑se, com o passar do tempo, como uma forma de entender as operações que integravam o esforço militar e não‑militar. Esta nova forma de operar que devia garantir vitórias rápidas, decisivas e sem efeitos colaterais teve o seu baptismo de fogo durante a invasão do Afeganistão e do Iraque. Os seus modestos resultados em ambas as campanhas junto com a mudança de rumo tomada pela transformação americana e a emergência do Comprehensive Approach como novo paradigma da gestão integrada civil‑militar de crises, desprestigiaram este conceito tendo provocado o seu desaparecimento das agendas de transformação militar de vários países. O presente artigo faz uma revisão do nascimento, evolução e ocaso das operações baseadas em efeitos nas suas duas principais concepções: a original norte‑americana e a sua interpretação por parte dos aliados.