Comparação da Orientação Institucional/Ocupacional dos Oficiais do Exército e da GNR

Authors

  • Fernando Cardoso de Sousa Tenente-Coronel de Infantaria na reforma. Presidente do Conselho Científi co do INUAF. Doutor em Psicologia Organizacional
  • Jorge Gaspar Esteves Coronel de cavalaria da GNR. Chefe de Estado Maior da European Gendarmerie Force. Mestre em Sociologia

Abstract

O presente trabalho pretende comparar as orientações profissionais dos oficiais do Exército e da GNR, à luz do modelo Institucional/Ocupacional de Moskos. Trata-se da comparação sobre quais serão os objectivos de ambas as organizações, enquanto entendidos pelos valores que orientam a actividade de um grupo de indivíduos: trabalhar segundo as leis do mercado ou efectuar um serviço à sociedade. Para este efeito são utilizados os resultados obtidos nas investigações realizadas por Sousa (1993) e Esteves (2006) a duas amostras representativas de oficiais dos Quadros Permanentes do Exército e da GNR. Os dados da investigação não confirmam a hipótese que sustentava que oficiais da GNR registariam orientações mais ocupacionais do que os oficiais do Exército, em virtude de um mais profundo relacionamento desta instituição com a sociedade civil. Ao contrário, os oficiais da GNR revelaram tendências mais próximas do pólo institucional que os seus colegas do Exército devido, fundamentalmente, a um sentimento mais forte de pertença à instituição. No entanto, revelaram também possuir uma visão mais burocrática da instituição. A coexistência destas orientações contraditórias parece, pois, sugerir que o modelo I/O não lida com pólos opostos de uma só dimensão mas sim com dimensões independentes, podendo um mesmo indivíduo expressar, em simultâneo, preocupações de carácter institucional e ocupacional.

Published

2024-11-05