Achados oftalmológicos de adenomas da hipófise: uma série de 100 casos

Autores

  • Raquel Esteves Marques Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
  • Filipe Simões Silva Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
  • Ana Cláudia Fonseca Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
  • Fátima Campos Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.18695

Resumo

Resumo

Objetivo: Os adenomas da hipófise (AH) correspondem a 10-15% de todos os tumores intracranianos, e são geralmente tumores benignos indolentes, associados a um amplo espectro de manifestações clínicas. O nosso objetivo foi caracterizar os achados oftalmológicos e a utilidade do exame oftalmológico multimodal, no contexto dos AH. 

Métodos: série de casos retrospectiva, incluindo 100 doentes com AH. Foi feita a revisão dos processos clínicos, e extraídas as seguintes variáveis: dados demográficos, sintomas de apresentação, atividade hormonal, e eficácia e segurança das várias modalidades terapêuticas. O exame oftalmológico foi registado anualmente até 5 anos de seguimento, incluindo: acuidade visual (AV), campos visuais (CV), resposta pupilar (RP), motilidade ocular, e espessura da camada de fibras nervosas (CFN) na tomografia de coerência ótica (OCT). 

Resultados: A idade média à altura do diagnóstico foi de 52 anos [11-85]. Quarenta e sete doentes eram do género feminino. O seguimento médio foi de 47±38 meses. Atividade hormonal estava presente em 42.7% dos casos (sobretudo produção de prolactina), e 48.3% estavam associados com ≥1 défice hormonal. Os sintomas de apresentação mais frequentes foram defeitos AV/CV (n=30), cefaleia (n=29) e fadiga (n=13). A AV média na baseline foi de 0.8±0.3. RP anormal foi encontrada em 25 doentes, e 6 apresentavam defeitos oculomotores. Defeitos de CV respeitantes do meridiano vertical ocurreram em 49 doentes, dos quais 20 (40.8%) reportaram inicialmente perturbações visuais. A espessura da CFN baseline estava reduzida em 37% (>90% com atrofia temporal). A progressão tumoral imagiológica foi acompanhada por deterioração do exame oftalmológico (função visual e/ou OCT) em 50% dos casos.

Conclusão: Apesar de os sintomas oftalmológicos serem comuns no contexto de AH, frequentemente o doente não tem percepção destas perturbações visuais. Colaboração com o oftalmologista acrescenta valor à gestão destes doentes.

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Publicado

2020-10-21

Como Citar

Marques, R. E., Silva, F. S., Fonseca, A. C., & Campos, F. (2020). Achados oftalmológicos de adenomas da hipófise: uma série de 100 casos. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 44(2). https://doi.org/10.48560/rspo.18695

Edição

Secção

Artigos Originais