Paralisia Traumática Bilateral do Nervo Abducente

Autores

  • Ana Marta epartmento de Oftalmologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto EPE, Porto, Portugal; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Porto, Portugal
  • Sofia Maia Departmento de Oftalmologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto EPE, Porto, Portugal
  • Vasco Miranda Departmento de Oftalmologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Porto, Portugal
  • Ricardo Parreira Departmento de Oftalmologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal
  • Pedro Menéres Departmento de Oftalmologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.24346

Palavras-chave:

Toxinas Botulinicas/uso terapêutico, Traumatismo do Nervo Abducente/tratamento farmacológico

Resumo

Introdução: Nosso objetivo é relatar um caso de paralisia traumática grave do VI par bilateral. Descrevemos um caso clínico documentado com fotografias em diferentes posições do olhar; gráficos do ecrã de Hess e testes de campo visual de Goldmann durente o período de seguimento.
Relato de caso: Um homem de 42 anos envolveu-se num acidente de carro de alta energia (240 km/h). Nove dias depois, quando foi transferido para nosso hospital, apresentou quadro de paralisia grave do sexto nervo bilateral, com limitação na abdução do olho direito e esquerdo, sem cruzar a linha média. Ele foi submetido a 3 injeções de toxina botulínica do reto medial (BTX). O primeiro feito 1 mês e as últimas 6 meses após o acidente. O doente obteve bons resultados sem diplopia e sem limitações de abdução.
Conclusão: Embora o envolvimento bilateral e a gravidade do déficit de abdução na paralisia do VI par estejam independentemente associados a um mau prognóstico, o caso clínico apresentado obteve um bom desfecho com recuperação total e definitiva da paralisia bilateral grave após injeções de BTX no reto medial iniciadas na fase aguda.

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Publicado

2021-12-31

Como Citar

Marta, A., Maia, S., Miranda, V., Parreira, R., & Menéres, P. (2021). Paralisia Traumática Bilateral do Nervo Abducente. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 45(4), 230–233. https://doi.org/10.48560/rspo.24346

Edição

Secção

Comunicações Curtas e Imagens em Oftalmologia