Adequação dos Pedidos de Primeira Consulta de Oftalmologia

Autores

  • Mário Lima-Fontes Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal; Department of Biomedicine, Faculty of Medicine of the University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-9126-3505
  • Tomás Bragança-Ribau Faculty of Medicine of the University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-4715-060X
  • Fernando Falcão-Reis Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal; Department of Surgery and Physiology, Faculty of Medicine of the University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-5995-9430
  • João Barbosa-Breda Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal; Cardiovascular R&D Centre – UnIC@RISE, Department of Surgery and Physiology, Faculty of Medicine of the University of Porto, Porto, Portugal; KULeuven, Research Group Ophthalmology, Department of Neurosciences, Leuven, Belgium https://orcid.org/0000-0001-7816-816X

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.28272

Palavras-chave:

Oftalmologia, Cuidados de Saúde Primários, Encaminhamento e Consulta, Especialização

Resumo

INTRODUÇÃO: No Sistema Nacional de Saúde Português, a Medicina Geral e Familiar (MGF) é habitualmente o primeiro contacto médico do doente, ao nível dos cuidados de saúde primários, e a porta para a referenciação a outras especialidades médicas e cirúrgicas. Este proces- so de referenciação é complexo e suscetível a uma grande variabilidade, pela ausência frequente de linhas orientadores que o guiem. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a referenciação feita pelos médicos de MGF para Oftalmologia, relativamente à concordância entre a prioridade do pedido e o quadro clínico apresentado, e entre o quadro clínico referido no pedido P1 e o encontrado na consulta.

MÉTODOS: Neste estudo observacional transversal foram analisados os registos clínicos eletrónicos de 1500 primeiras consultas, selecionadas de forma aleatória, do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário do São João, e os seus respetivos pedidos P1, de um total de 9340 primeiras consultas realizadas em 2019, e recolhida informação sobre a prioridade do pedido, motivo da consulta, sintomas, sinais, diagnósticos e orientação clínica dada pelo oftalmo- logista.

RESULTADOS: Não se identificou nenhum fator preditor do tipo de prioridade dado ao pedido P1, nomeadamente no que diz respeito aos sinais e sintomas do doente ou diagnóstico suspeitado pelo médico de MGF. Também se observou uma falta de concordância generalizada entre os sinais e sintomas referidos no pedido P1 e os identificados na consulta.

CONCLUSÃO: Este trabalho reforça a necessidade da criação de protocolos objetivos que auxiliem os médicos de MGF na tomada de decisão aquando da referenciação para Oftalmologia, no que diz respeito à prioridade dos pedidos, assim como ao destino da referenciação (Consulta Externa ou Serviço de Urgência), por forma a tornar todo o processo mais custo-eficaz, maximizar os recursos disponíveis e garantir a satisfação e orientação atempada do utente.

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Referências

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Publicado

2023-03-28

Como Citar

Lima-Fontes, M., Bragança-Ribau, T., Falcão-Reis, F., & Barbosa-Breda, J. (2023). Adequação dos Pedidos de Primeira Consulta de Oftalmologia. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 47(1), 24–32. https://doi.org/10.48560/rspo.28272

Edição

Secção

Artigos Originais