Características Vasculares na Coriorretinopatia Serosa Central: Análise por Imagem Multimodal de Campo Alargado

Autores

  • Pedro Carreira Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal; Universidade do Algarve, Faro, Portugal https://orcid.org/0000-0003-3376-7040
  • Prithvi Ramtohul Vitreous, Retina, Macula Consultants of New York, NY, United States of America
  • Audrey Sampaio Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal; Universidade do Algarve, Faro, Portugal
  • Ana Rita Carreira Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal; Universidade do Algarve, Faro, Portugal
  • Ana Mafalda Pereira Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal; Universidade do Algarve, Faro, Portugal
  • Rita Laiginhas Centro Hospital Universitário de São João, Porto, Portugal
  • Nuno Campos Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal; Universidade do Algarve, Faro, Portugal
  • Diogo Cabral Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal; Universidade do Algarve, Faro, Portugal; iNOVA4Health, NOVA Medical School I Faculdade de Ciências Médicas, Universidade NOVA de Lisboa, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0000-0003-3376-7040

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.28617

Palavras-chave:

Angiografia, Corioretinopatia Serosa Central, Tomografia de Coerência Ótica, Verde de Indocianina

Resumo

INTRODUÇÃO: O nosso objetivo foi avaliar as alterações vasculares coroideias em doentes com coriorretinopatia serosa central (CSC) utilizando tomografia de coerência ótica swept-source de campo alargado (WF SS-OCT) e angiografia de verde de indocianina de campo ultra-alargado (UWF ICGA).
MÉTODOS: Estudo observacional prospetivo em doentes com CSC. Todos os doentes foram submetidos a UWF IGCA utilizando uma câmara de laser confocal e a WF SS-OCT. As imagens en face WF OCT da coróide e as imagens dos tempos tardios da UWF IGCA foram criadas utilizado Photoshop. O protocolo de análise de imagem consistiu na análise das características vasculares coroideias nas imagens de UWF IGCA (simetria dos territórios das veias vorticosas, paquivasos a cruzar os territórios de barragem, hiperpermeabilidade vascular coroideia (CVH) e anastomoses intervorticosas) e nas imagens de en face WF SS-OCT (paquivasos a cruzar os territórios de barragem e anastomoses intervorticosas). A correlação entre as variáveis em estudo foi realizada utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. Definiu-se como estatisticamente significativo um valor <0,05.
RESULTADOS: Um total de 23 olhos de 12 doentes com o diagnóstico de CSC foram incluídos neste estudo. A análise da simetria dos territórios das veias vorticosas por UWF IGCA mostrou a presença de assimetria em 16 olhos (70%). O território assimétrico mais frequente foi o nasal-inferior (10 olhos, 43%). Foram identificados paquivasos a cruzar os territórios de barragem em 20 olhos (87%) com uma concordância perfeita entre a imagem UWF IGCA e a imagem en face WF OCT (r = 1,0). Em 8 olhos (40%) verificou-se o cruzamento simultâneo dos territórios de barragem horizontal e vertical. A prevalência de anastomoses intervorticosas foi superior quando avaliada por en face WF OCT (26%, 6 olhos). Foi observada uma correlação moderada entre a assimetria dos territórios das veias vorticosas e a presença de anastomoses intervorticosas (r = 0,51). Observou-se CVH na fase tardia da IGCA em 19 olhos (83%), dentro dos quais, 5 (26%) apresentavam CVH difusa. Foi também observada uma correlação moderadamente positiva (r = 0,53) entre CHV difusa e paquivasos a cruzar ambos os meridianos.
CONCLUSÃO: A WF en face SS-OCT pode ser utilizada para identificar de forma não invasiva as alterações vasculares coroideias presentes na CSC. A presença de paquivasos a cruzar os meridianos horizontais e verticais está moderadamente associada à presença de CHV difusa na IGCA, o que suporta o seu papel com biomarcador não invasivo de insuficiência vascular coroidea.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Gass JD. Pathogenesis of disciform detachment of the neuroepithelium. Am J Ophthalmol. 1967;63:Suppl:1-139.

Bacci T, Oh DJ, Singer M, Sadda S, Freund KB. Ultra-Widefield Indocyanine Green Angiography Reveals Patterns of Choroidal Venous Insufficiency Influencing Pachychoroid Disease. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2022;63:17. doi: 10.1167/iovs.63.1.17.

Hayreh SS. In vivo choroidal circulation and its watershed zones. Eye.1990;4:273-89. doi: 10.1038/eye.1990.39.

Dansingani KK, Balaratnasingam C, Naysan J, Freund KB. En face imaging of pachychoroid spectrum disorders with swept-source optical coherence tomography. Retina. 2016 Mar;36(3):499-516. doi: 10.1097/IAE.0000000000000742.

Yannuzzi LA. Indocyanine green angiography: a perspective on use in the clinical setting. Am J Ophthalmol. 2011;151:74551.e1. doi: 10.1016/j.ajo.2011.01.043.

van Dijk EH, Boon CJ. Serous business: Delineating the broad spectrum of diseases with subretinal fluid in the macula. Prog Retin Eye Res. 2021;84:100955. doi: 10.1016/j.preteyeres.2021.100955.

Hiroe T, Kishi S. Dilatation of asymmetric vortex vein in central serous chorioretinopathy. Ophthalmol Retina. 2018;2:152-61. doi: 10.1016/j.oret.2017.05.013.

Pang CE, Shah VP, Sarraf D, Freund KB. Ultra-widefield imaging with autofluorescence and indocyanine green angiography in central serous chorioretinopathy. Am J Ophthalmol. 2014;158:362-71.e2. doi: 10.1016/j.ajo.2014.04.021.

Alasil T, Ferrara D, Adhi M, Brewer E, Kraus MF, Baumal CR, et al. En face imaging of the choroid in polypoidal choroidal vasculopathy using swept-source optical coherence tomography. Am J Ophthalmol. 2015;159:634-43. doi: 10.1016/j.ajo.2014.12.012.

Schindelin J, Arganda-Carreras I, Frise E, Kaynig V, Longair M, Pietzsch T, et al. Fiji: an open-source platform for biologi-cal-image analysis. Nat Methods. 2012;9:676-82. doi: 10.1038/nmeth.2019.

Ramtohul P, Cabral D, Oh D, Galhoz D, Freund KB. En face Ultrawidefield OCT of the Vortex Vein System in Central Serous Chorioretinopathy. Ophthalmol Retina. 2023;7:346-53. doi: 10.1016/j.oret.2022.10.001.

Gallego-Pinazo R, Dolz-Marco R, Gómez-Ulla F, Mrejen S, Freund KB. Pachychoroid diseases of the macula. Med Hypothesis Discov Innov Ophthalmol. 2014;3:111-5.

Spaide RF, Gemmy Cheung CM, Matsumoto H, Kishi S, Boon CJ, et al. Venous overload choroidopathy: A hypothetical framework for central serous chorioretinopathy and allied disorders. Prog Retin Eye Res. 2022;86:100973. doi: 10.1016/j.preteyeres.2021.100973.

Hayreh SS. Physiological anatomy of the choroidal vascular bed. Int Ophthalmol. 1983;6:85-93. doi: 10.1007/BF00127636.

Matsumoto H, Hoshino J, Mukai R, Nakamura K, Kikuchi Y, Kishi S, et al. Vortex Vein Anastomosis at the Watershed in Pachychoroid Spectrum Diseases. Ophthalmol Retina. 2020;4:938-45. doi: 10.1016/j.oret.2020.03.024.

Matsumoto H, Mukai R, Saito K, Hoshino J, Kishi S, Akiyama H. Vortex vein congestion in the monkey eye: A possible animal model of pachychoroid. PLoS One. 2022;17:e0274137. doi: 10.1371/journal.pone.0274137.

van Rijssen TJ, van Dijk EH, Yzer S, Ohno-Matsui K, Keunen JE, Schlingemann RO, et al. Central serous chorioretinopathy: Towards an evidence-based treatment guideline. Prog Retin Eye Res. 2019;73:100770. doi: 10.1016/j.preteyeres.2019.07.003.

Downloads

Publicado

2024-03-24

Como Citar

Carreira, P., Ramtohul, P., Sampaio, A., Carreira, A. R., Pereira, A. M., Laiginhas, R., Campos, N., & Cabral, D. (2024). Características Vasculares na Coriorretinopatia Serosa Central: Análise por Imagem Multimodal de Campo Alargado. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 48(1), 16–22. https://doi.org/10.48560/rspo.28617

Edição

Secção

Artigos Originais