O Papel Essencial da Tomografia de Coerência Ótica- Enhanced Depth Imaging na Avaliação de Alterações de Nevus Coroideus
DOI:
https://doi.org/10.48560/rspo.32942Palavras-chave:
Neoplasias da coroide/diagnóstico por imagem, Nevo Pigmentado/ diagnóstico por imagem, Tomografia de Coerência Ótica, UltrassonografiaResumo
INTRODUÇÃO: Analisar a capacidade da tomografia de coerência ótica (OCT) – enhanced depth imaging (EDI) de medir alterações na espessura e identificar características de alto-risco em nevus coroideus ao longo do tempo.
MÉTODOS: Estudo observacional prospetivo de nevus da coróide num hospital terciário. Avaliação oftalmológica completa e metodologia de imagem multimodal incluindo spectral domain-EDI-OCT e ecografia modo-B (US) foram realizados no momento de inclusão (0) e um ano depois (1). Os indicadores primários foram espessura e sua alteração em micrómetros na US e EDI-OCT, e suas características (pigmentação, localização do epicentro, distância à margem do disco ótico, forma, maior diâmetro basal, presença de drusen e pigmento laranja).
RESULTADOS: Foram incluídos 90 nevus de 86 doentes. Três foram considerados lesões suspeitas, um com transformação para melanoma. A mediana da espessura máxima no EDIOCT de base foi 581,50 ± 411,75 μm, a um ano 619,50 ± 457,25 μm (p<0,001), e a mediana de alteração absoluta de espessura 28,50 ± 106,50 μm. Sessenta e seis nevus (73,3%) nunca foram identificados na US. A mediana da espessura máxima no US de base foi 1180,00 ± 660,00 μm, a um ano 1160,00 ± 790,00 μm (p=0,658), e a mediana de alteração absoluta 195,00 ± 320,00 μm. A espessura máxima medida na US foi significativamente diferente da do EDI-OCT, em cada avaliação (US-0 1180,00 ± 660,00 μm versus EDI-OCT-0 581,50 ± 411,75 μm, p<0,001; US-1 1160,00 ± 790,00 μm versus EDI-OCT-1 619,50 ± 457,25 μm, p<0,001). A alteração absoluta e aritmética de espessura foi significativamente diferente entre aparelhos (p<0,001 para ambos). Os 66 nevus nunca identificados na US foram identificados e medidos com EDI-OCT. Dos 14 nevus com um aumento de espessura no EDI-OCT superior a 10%, 9 (64,2%) não foram identificados na US.
CONCLUSÃO: O EDI-OCT mede de formar consistente a espessura dos nevus e a sua alteração com o tempo, e identifica características de alto-risco. A US não conseguiu identificar e consequentemente medir a maior parte dos nevus, mesmo perante aumentos significativos na espessura no EDI-OCT. Recomendamos a substituição da US pelo EDI-OCT na avaliação de nevus ecograficamente planos, e a adoção do EDI-OCT como modalidade primordial na avaliação de nevus de alto risco.
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