Um Caso Desafiante de Esclerite com Descontrolo Tensional Refratário

Autores

  • Pedro Marques Couto Department of Ophthalmology , Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal https://orcid.org/0009-0002-6964-646X
  • João Tavares Ferreira Department of Ophthalmology , Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal
  • João Barbosa Breda Department of Ophthalmology , Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal; Department of Surgery and Physiology, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal; Cardiovascular R&D Centre – UnIC@RISE, Department of Surgery and Physiology, Faculty of Medicine of the University of Porto, Porto, Portugal; KULeuven, Research Group Ophthalmology, Department of Neurosciences, Leuven, Belgium
  • Fernando Falcão Reis Department of Ophthalmology , Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal; Department of Surgery and Physiology, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal
  • Luís Figueira Department of Ophthalmology , Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal; Unit of Pharmacology and Therapeutics, Department of Biomedicine, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal; MedInUP – Center for Drug Discovery and Innovative Medicines, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal
  • Ana Catarina Pedrosa Department of Ophthalmology , Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal; Department of Surgery and Physiology, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.33266

Palavras-chave:

Anticorpos Anticitoplasma de Neutrófilos, Esclerite, Granulomatose com Poliangeíte

Resumo

As patologias sistémicas apresentam frequentemente sinais detetáveis numa avaliação oftalmológica. A deteção precoce destas manifestações pode influenciar o curso destas patologias. Um homem de 62 anos apresentou-se no serviço de urgência do Departamento de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de São João com queixas de olho vermelho doloroso bilateral com a duração de três meses, sem outra sintomatologia oftalmológica ou sistémica concomitante. Os antecedentes médicos incluíam glaucoma juvenil de ângulo aberto bilateral. A avaliação do segmento anterior revelou esclerite bilateral difusa, não necrotizante associada a hipertensão ocular (35 mmHg no olho direito e 40 mmHg no olho esquerdo). O estudo sistémico revelou a presença de anti-neutrophil cytoplasmatic auto-antibodies – proteinase 3 (ANCA-PR3) em concentração superior a 200 U/mL. A granulomatose com poliangeíte pode apresentar várias manifestações oftalmológicas, afetando até 50% dos pacientes. Este caso sublinha a importância de uma avaliação sistémica completa em pacientes com esclerite, mesmo na ausência de sintomas sistémicos.

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Publicado

2024-12-12

Como Citar

Marques Couto, P., Tavares Ferreira, J., Barbosa Breda, J., Falcão Reis, F., Figueira, L., & Pedrosa, A. C. (2024). Um Caso Desafiante de Esclerite com Descontrolo Tensional Refratário. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia. https://doi.org/10.48560/rspo.33266

Edição

Secção

Casos Clínicos