Ângulo da Dome e Ridge-Shaped Macula e sua Associação com Líquido Subretiniano

Autores

  • Joana Santos-Oliveira Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-0260-8469
  • Susana Penas Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal; Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0001-7696-1957
  • Ângela Carneiro Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal; Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-3370-7243
  • Fernando Falcão-Reis Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal; Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-5995-9430
  • Sónia Torres-Costa Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário São João, Porto, Portugal; Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-7079-9554

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.33275

Palavras-chave:

Tomografia, Coerência Ótica, Coroide, Acuidade Visual, Fluido Subretiniano, Macula Lutea, Miopia

Resumo

INTRODUÇÃO: A mácula em cúpula (DSM) e em crista (RSM) são definidas por uma elevação do epitélio pigmentar da retina (EPR), coróide e esclera superior a 50 μm relativamente a um plano que une o EPR no início da elevação, num exame de tomografia de coerência óptica (OCT). Na RSM a elevação macular existe apenas num meridiano, ao contrário da DSM em que a elevação está presente nos meridianos horizontais e verticais. A patogénese destas entidades permanece controversa. O objetivo deste estudo é comparar parâmetros de OCT em olhos com DSM e RSM com e sem líquido subretiniano (LSR).
MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo no Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto, Portugal). Os dados incluídos no estudo foram idade ao diagnóstico, olho afetado, tipo de DSM/RSM, melhor acuidade visual corrigida (BVCA), equivalente esférico, pressão intraocular (PIO), espessura da coróide subfoveal (ECF), ângulo da DSM/RSM e complicações.
RESULTADOS: Foram avaliados 50 olhos de 27 doentes. Vinte e três doentes eram do sexo feminino (85,19%) e a idade média foi de 53,1 anos (20-90 anos). DSM/RSM era bilateral em 23 doentes (85,19%). Vinte olhos foram identificados como RSM e 24 como DSM. Nos restantes 6 olhos foram realizados apenas OCT com corte horizontal. O equivalente esférico médio não foi estatisticamente diferente entre o grupo sem e com LSR (-11,8±6,7 D vs -7,5±6,4 D, p=0,059). Não foi observada diferença significativa na PIO entre os dois grupos (p=0,458). A ECF média foi maior nos olhos com LSR (129,44±125,96 μm vs 233,63±99,18 μm, p=0,006). O ângulo DSM/RSM correlacionou-se positivamente com a área de LSR (p=0,026), mas não se identificou correlação entre a ECF e a área de LSR (p=0,759). A presença de LSR não foi diferente entre olhos com DSM e RSM (p=0,601). Foram encontradas as seguintes complicações: LSR (N=16), membrana epirretiniana (N=9), neovascularização macular (N=8), retinosquisis (N=4) e pseudoburaco macular (N=3).
CONCLUSÃO: A ECF é superior em olhos com DSM/RSM que apresentam LSR. O ângulo da DSM/RSM pode ser um marcador útil na avaliação de doentes com DSM/RSM, pois parece estar associado a mais LSR.

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Publicado

2024-12-26

Como Citar

Santos-Oliveira, J., Penas, S., Carneiro, Ângela, Falcão-Reis, F., & Torres-Costa, S. (2024). Ângulo da Dome e Ridge-Shaped Macula e sua Associação com Líquido Subretiniano. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 48(4), 308–313. https://doi.org/10.48560/rspo.33275

Edição

Secção

Artigos Originais