Fatores de Prognósticos de Melhoria Funcional Após Vitrectomia Pars Plana e Pelagerm de Membrana Epiretiniana
DOI:
https://doi.org/10.48560/rspo.34044Palavras-chave:
Acuidade Visual, Membrana Epirretiniana/diagnóstico por imagem, Membrana Epirretiniana/cirurgia, Prognóstico, Tomografia de Coerência Ótica, Vitrectomia/métodosResumo
INTRODUÇÃO: Estudos anteriores confirmaram que a integridade da camada de fotorreceptores influencia o resultado visual após vitrectomia pars plana (VPP) e pelagem de membrana epirretiniana (MER). Recentemente, foi estudada a influência das alterações da retiniana interna no prognóstico visual. O nosso estudo examina os fatores de prognóstico para a melhoria visual pós-cirurgia num hospital terciário português.MÉTODOS: Os registos médicos de 234 pacientes foram revistos retrospetivamente. Foram incluídos quarenta e nove olhos com MER idiopática tratados por VPP foram incluídos. Classificação de Govetto, tipo de conexão da MER, espessura foveal central (EFC), espessura máxima da retina (EMR), alterações cistóides intrarretinianas, alterações da retina interna (presença e espessura da camada foveal interna ectópica (CFIE), espessura da camada plexiforme interna e das células ganglionares (CG-CPI) e a desorganização das camadas internas da retina (DCIR)) e as alterações retinianas externas (cotton ball, descolamento foveolar, lesão viteliforme adquirida, integridade da zona elipsóide (ZE) e zona de interdigitação (ZI)) foram estudados no pré-operatório, 3, 6 e 12 meses após a cirurgia. As correlações entre as características pré-operatórias do OCT e o resultado visual final foram analisadas.
RESULTADOS: Não foi encontrada correlação entre a idade e cirurgia de catarata concomitante na melhor acuidade visual corrigida (MAVC) pós-operatória. Foi estabelecida uma correlação positiva entre a MAVC pré e pós-operatória. A EFC pré-operatória teve uma correlação inversa com a MAVC em todos os momentos de avaliação. A pontuação de Govetto mostrou uma correlação positiva com a EFC pré-operatória, EMR e pontuação de DRIL, e correlação negativa com a MAVC pré-operatória e pós-operatória. A presença de DRIL pré-operatório correlacionou-se com uma MAVC inferior aos 3 meses e 1 ano. A espessura da CFIE pré-operatória não influenciou significativamente a MAVC em nenhum momento. Quistos intrarretinianos pré-operatórios correlacionam-se com menor MAVC pré e pós-operatória. Alterações pré-cirúrgicas nas ZE e ZI correlacionam-se com menor MAVC inicial e pós-operatória. Os outros parâmetros não influenciaram a MAVC final.
CONCLUSÃO: A MAVC pré-operatória, EFC, DCIR, cistos intrarretinianos, disrupções ZI e ZE e pontuação de Govetto pré-operatórios influenciam a MAVC pós-operatória. Estes resultados destacam a importância de uma avaliação pré-cirúrgica detalhada utilizando OCT para otimizar as decisões no tratamento de ERMi.
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