Aplicação Eficaz de Membrana Amniótica no Tratamento Cirúrgico de Lesões Corneanas por Explosão de Minas
DOI:
https://doi.org/10.48560/rspo.35590Palavras-chave:
Âmnio/transplante, Explosivos, Explosões, Lesões da Córnea/cirurgia, Militares, UcrâniaResumo
INTRODUÇÃO: Lesões oculares causadas por minas explosivas afetam principalmente a córnea devido a vários fatores danosos. Métodos cirúrgicos estimulam a regeneração da córnea, incluindo transplante de âmnio, células-tronco limbares, células-tronco pluripotentes induzidas, células-tronco mesenquimais e impressão biológica. O transplante de membrana amniótica previne vascularização e fibrose, melhorando propriedades reparadoras sem causar rejeição, enquanto os três últimos métodos estão em fase de pesquisa clínica. O nosso objetivo foi avaliar os resultados da estratégia cirúrgica para tratar lesões corneanas combinadas por minas explosivas.MATERIAL E MÉTODOS: Uma análise retrospetiva de 22 casos (22 olhos) de militares com lesões corneanas causadas por minas explosivas (22 homens, com idades entre 30 e 45 anos). Os pacientes foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu tratamento cirúrgico secundário com biorevestimento amniótico e medidas conservadoras, enquanto o segundo foi submetido a cirurgia secundária com medidas conservadoras e transplante de membrana amniótica. A eficácia do tratamento foi avaliada analisando indicadores como síndrome da córnea (fotofobia, lacrimação, blefaroespasmo), edema corneano (biomicroscopia/OCT), neovascularização e síndrome de rejeição do transplante ao longo de um período de 3 meses (julho a outubro de 2023).
RESULTADOS: Durante três meses de observação, nenhum grupo apresentou sinais de rejeição ou neovascularização corneana. O Grupo I teve um tempo médio de melhoria de 3,64 ± 0,77 dias, com uma mediana de 4 dias. O Grupo II teve um tempo médio de melhoria de 6,55 ± 1,30 dias, com uma mediana de 7 dias. Ambos os grupos mostraram redução do edema corneano ao longo de três meses. O Grupo I teve uma redução significativa na espessura da córnea em 1 e 3 meses (18,56%). O Grupo II mostrou redução menos pronunciada (5,88%). Esses resultados indicam uma diminuição mais rápida e pronunciada no edema corneano no Grupo I comparado ao Grupo II (t = 2,96, p = 0,008).
CONCLUSÃO: A abordagem de lesões corneais por minas explosivas apresenta desafios consideráveis. A implementação simultânea de intervenção cirúrgica e bio-revestimento amniótico demonstrou uma eficácia notável, atenuando possíveis queixas corneanas, diminuindo o edema e a inflamação corneana, assim promovendo a regeneração da córnea.
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