Diagnóstico e Tratamento da Toxoplasmose Ocular em Casos Atípicos

Autores

  • André Marques Interno do Internato Complementar de Oftalmologia, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
  • Joana Portelinha Interno do Internato Complementar de Oftalmologia, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
  • Filipe Isisdro Interno do Internato Complementar de Oftalmologia, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
  • Maria Picoto Interno do Internato Complementar de Oftalmologia, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
  • Marta Guedes Assistente Hospitalar de Oftalmologia, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.6147

Palavras-chave:

Toxoplasmose, uveíte, PCR, aquoso, retinite.

Resumo

Objectivo: a toxoplasmose é a causa mais frequente de uveíte posterior, manifestando-se tipi- camente por uma lesão de retinite necrotizante satélite a uma lesão cicatricial mais antiga, com vitrite associada. O diagnóstico é clínico, auxiliado por testes serológicos. Em casos atípicos, a utilização de exames mais especificos como a PCR do humor aquoso (HA) pode ser útil, não só para confirmação da infecção mas também para exclusão de outras etiologias de retinite. Desenho do estudo: relato de casos clínicos. Métodos: apresentamos cinco casos de uveíte posterior associada a T. gondii que se apresentaram de forma atípica. Em todos os doentes foram colhidas amostras de HA para análise PCR e iniciada terapêutica com trimetoprim-sulfametoxazol (TMP-SMX) associada a corticoterapia oral. Resultados: a PCR do HA foi positiva nos cinco casos para T. gondii. Houve necessidade de substituição terapêutica para clindamicina oral num doente por trombocitopénia iatrogénica e associação com clindamicina intra-vítrea e azitromicina oral noutro doente por resposta inade- quada. Registou-se uma melhoria clinicamente significativa das lesões e da acuidade visual nos cinco casos. Conclusões: apesar da toxoplasmose ocular ser um diagnóstico essencialmente clínico, em ca- sos atípicos a utilização da análise PCR no HA para confirmação ou exclusão das principais etiologias infecciosas assume-se como um meio auxiliar de diagnóstico seguro, rápido e especí- fico, permitindo uma terapêutica dirigida. A associação TMP-SMX mostrou ser uma alternativa eficaz à terapêutica clássica com pirimetamina e sulfadiazina, embora possa ser necessário em casos refractários ou mais graves recorrer à clindamicina intra-vítrea ou associação com azitro- micina oral.

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Como Citar

Marques, A., Portelinha, J., Isisdro, F., Picoto, M., & Guedes, M. (2014). Diagnóstico e Tratamento da Toxoplasmose Ocular em Casos Atípicos. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 37(4). https://doi.org/10.48560/rspo.6147

Edição

Secção

Comunicações Curtas e Imagens em Oftalmologia