Caracterização Multimodal das Alterações Coriorretinianas Verificadas na Coriorretinite Posterior Placóide Sifílitica Aguda

Autores

  • Pedro Brito Serviço de Oftalmologia, Hospital S. João
  • Susana Penas Serviço de Oftalmologia, Hospital S. João; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • Ângela Carneiro Serviço de Oftalmologia, Hospital S. João; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • Manuel Falcão Serviço de Oftalmologia, Hospital S. João; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • Jorge Palmares Serviço de Oftalmologia, Hospital S. João
  • Fernando Falcão-Reis Serviço de Oftalmologia, Hospital S. João; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.48560/rspo.6158

Palavras-chave:

Sífilis, coriorretinopatia, placóide, angiografia, autofluorescência, OCT

Resumo

Introdução: A coriorretinopatia posterior placóide sifílitica aguda (CPPSA) é uma manifesta- ção rara de sífilis ocular caracterizada por uma lesão macular de formato placóide, provavelmen- te relacionada com a resposta imunológica ao agente infeccioso, no entanto a patogénese per- manece desconhecida. Através de uma abordagem diagnóstica multimodal os autores pretendem caracterizar as alterações coriorretinianas verificadas na CPPSA, bem como propor um modelo patogénico para esta manifestação de sífilis. Métodos: Estudo retrospectivo relativo a uma série de casos, composta por 3 doentes (4 olhos) avaliados no nosso Serviço por perda súbita de acuidade visual (AV), com consequente diagnóstico de CPPSA, confirmada serologicamente. O processo diagnóstico e seguimento clínico incluíram: estudo laboratorial, angiografia fluoresceínica (AF), angiografia com verde de indocianina (ICG), tomografia de coerência óptica spectral-domain (SD-OCT) e autofluorescência (FAF). Resultados: Os 4 olhos estudados, apresentaram uma lesão macular placóide, caracterizada por: impregnação tardia na AF, hipofluorescência tardia mosqueada na ICG e hipoautofluorescência mosqueada na FAF. As imagens de SD-OCT revelaram ausência da linha correspondente à jun- ção dos segmentos internos e externos dos fotorreceptores em todos os planos correspondentes à placa macular. Ao 3o mês de seguimento, todos os casos apresentaram recuperação da AV e normalização tomográfica da retina. Conclusão: Os achados tomográficos, angiográficos e de autofluorescência são suficientemen- te característicos de CPPSA para permitirem o seu diagnóstico. A melhoria clínica gradual e completa verificada, sugere que a patogénese da CPPSA pode resultar de disfunção metabólica temporária do complexo epitélio pigmentado da retina-fotorreceptores. É importante conhecer os sinais multimodais de CPPSA, pois esta pode ser a única manifestação detectável de doença sifilítica activa.

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Como Citar

Brito, P., Penas, S., Carneiro, Ângela, Falcão, M., Palmares, J., & Falcão-Reis, F. (2014). Caracterização Multimodal das Alterações Coriorretinianas Verificadas na Coriorretinite Posterior Placóide Sifílitica Aguda. Revista Sociedade Portuguesa De Oftalmologia, 37(1). https://doi.org/10.48560/rspo.6158

Edição

Secção

Artigos Originais