Riscos Psicossociais em Trabalhadores de Uma Unidade Local de Saúde no Alentejo

Autores

  • Pedro Alves de Moura Psychiatry department/ Departamento de Psiquiatria e Saúde mental Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) Beja, Portugal
  • Teresa Rodrigues de Moura Unidade de Cuidados à Comunidade (UCC), Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA)
  • Rui Ruivo Gabinete de Segurança no Trabalho, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA)

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.14598

Palavras-chave:

Riscos psicossociais, unidade de saúde, profissionais de saúde, COPSOQ

Resumo

Introdução: A forma como as organizações são geridas e o modo como é organizado o trabalho e os sistemas de trabalho, pode causar stresse e/ou outra exposição a factores de risco psicossocial nos profissionais. Os Serviços de Saúde são dos sectores de atividade mais expostos, sendo o stresse e a violência alguns dos mais importantes. Estes factores de risco acarretam importantes consequências tanto ao nível individual, como institucional e social, afetando de forma direta a saúde física e mental dos profissionais atingidos e prejudicando o seu desempenho e a qualidade dos cuidados prestados.

Objectivos: Caracterizar a presença de factores de risco psicossocial, determinar o risco e correlacioná-lo com variáveis sócio-demográficas em trabalhadores de uma Unidade Local de Saúde do Alentejo.

Métodos: Neste trabalho, o Copenhagen Psychosocial Questionnaire, versão II (COPSOQ-II) foi utilizado para avaliar os riscos psicossociais de um universo geral de profissionais de saúde de uma unidade de saúde de média dimensão, na região do Alentejo, que abrange cuidados de saúde primários e hospitalares. O COPSOQ é baseado num modelo de exigência e controlo que tenta explicar o stresse como consequência das elevadas exigências no trabalho e de um baixo apoio social.

Resultados e Conclusões: Neste estudo foi encontrado risco elevado para a saúde dos trabalhadores, no sub-grupo dos médicos, na dimensão “insegurança no trabalho”. No caso dos restantes trabalhadores, a estratificação do risco para a saúde resultou numa situação intermédia para enfermeiros, assistentes técnicos e outros técnicos superiores. Os assistentes operacionais e os trabalhadores da gestão foram as categorias onde o risco foi considerado mais favorável. Observaram-se também diferenças estatisticamente significativas, e merecedoras de replicação, o maior risco para a saúde dos trabalhadores dos cuidados hospitalares na dimensão ritmo de trabalho (t(124)=2,71), exigências emocionais (t(124=2,18) e confiança vertical (t(116)=2,36); o maior risco nos trabalhadores do sexo masculino na dimensão exigências cognitivas (t(136)=2,71), influência no trabalho (t(136)=2,32), previsibilidade (t(132)=2,08), transparência t(132)=2,74), conflitos no trabalho (t(132)=2,73), significado do trabalho (t(134)=3,31), compromisso com o trabalho (t(134)=2,44) e comportamentos ofensivos (t(132)=2,16); e o maior risco nas trabalhadoras na dimensão burnout (t(132)=2,16). Estes resultados devem merecer a nossa preocupação se desejamos diminuir a exposição dos trabalhadores desta instituição a estes factores de risco, sendo desejável o seu estudo sistematizado no universo das unidades de saúde do nosso país.

Biografia Autor

Pedro Alves de Moura, Psychiatry department/ Departamento de Psiquiatria e Saúde mental Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) Beja, Portugal

Pedro ALVES DE MOURAMD, Psychiatrist/ Médico PsiquiatraOccupational Psychiatry consultant/ Coordenador do programa ProGeRPsi (Programa de gestão integrada dos riscos psicossociais nos profissionais da ULSBA)Co-Chair/Vice-presidente, World Psychiatric Association section on Occupational Psychiatry 

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Publicado

2020-07-24

Edição

Secção

Artigos Originais