Critério etário nos Programas de Intervenção Precoce na Psicose
Palavras-chave:
Intervenção Precoce; Portugal; Idade Madura; Discriminação.Resumo
Nas últimas décadas o paradigma da intervenção precoce nos primeiros episódios psicóticos disseminou-se por todo o mundo e a investigação demonstrou os seus benefícios em termos de melhoria nas taxas de recuperação, recidiva psicótica e suicídio.
Actualmente, uma das maiores críticas que se aponta a este modelo de intervenção é o seu critério etário arbitrário que levanta questões de discriminação etária e de género. Existem argumentos a favor e contra a dilatação dos limites de idade dos programas de intervenção precoce (PIP) estando a maioria dos argumentos “contra” assentes na premissa de que os doentes com PEP mais jovens representam a larga maioria dos casos, têm uma maior disrupção funcional, maiores necessidades psicossociais e um pior prognóstico a longo prazo. Contudo, dados recentes desafiam estas concepções e indicam que a psicose surge em qualquer etapa de vida com marcado impacto e disrupção, tendo a população que adoece tardiamente necessidades de tratamento e intervenção equivalentes ou superiores aos doentes mais jovens. Este debate é dificultado pelo relativo desconhecimento sobre os PEP tardios – a maioria dos PIP estão focados na juventude pelo que o fluxo de investigação tende a seguir este padrão. Assim, as populações de PEP tardio são relativamente negligenciadas havendo pouca literatura centrada neste tema.
A partir de uma revisão não sistemática da literatura as autoras pretendem apresentar os principais argumentos que se têm levantado a favor e contra a remodelação dos PIP, de acordo com o critério de idade, analisando e comparando o cenário mundial e a realidade portuguesa neste âmbito.
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