Personalidade Borderline: dos limites do self aos limites do corpo

Autores

  • Cátia Guerra Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar São João
  • Orlando Von Doellinger Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • Rui Coelho Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar São João e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.3439

Palavras-chave:

Perturbação de personalidade borderline, Comportamento autodestrutivo, Pele

Resumo

Introdução: Numa perspectiva psicodinâmica, um dos aspectos essenciais da personalidade borderline é a insuficiente integração do self que se traduz, frequentemente, numa má relação com o corpo e em comportamentos autodestrutivos.

Objectivos: Pretendemos abordar o desenvolvimento do self na personalidade borderline, compreender a importância do corpo neste desenvolvimento, assim como o papel dos comportamentos autoagressivos na relação entre o self e o corpo.

Métodos: Revisão bibliográfica tendo por base as teorias de Otto Kernberg e Didier Anzieu.

Resultados e conclusões: Por um lado, constatamos que na personalidade borderline a clivagem se mantém como o mecanismo de defesa predominante, impedindo a adequada diferenciação entre o self e o objecto, assim como a integração dos aspectos bons e maus do self e do objecto. Por outro lado, o conceito de “Eu-pele”, definido por Didier Anzieu, defende que a sensorialidade táctil é um modelo organizador do Eu e do pensamento e, na personalidade borderline, o desenvolvimento deste invólucro corporal está gravemente comprometido. A automutilação é, simultaneamente, uma tentativa de restabelecer os limites do Eu e uma forma de comunicação aberta à intersubjectividade, que apesar de conter em si um aspecto destrutivo, possibilita a reparação do self.

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Publicado

2014-06-01

Edição

Secção

Artigos de Revisão