Bullying nas escolas de Guimarães: tipologias de Bullying e diferenças entre géneros
DOI:
https://doi.org/10.25752/psi.3966Palavras-chave:
Bullying, escola, sexo, género, ano de escolaridade, agressão, vitimização, Portugal, Guimarães, Multidimensional Peer Victimization Scale.Resumo
Introdução: O bullying escolar é o tipo mais comum de violência nas escolas e parece estar a aumentar nos últimos anos. Os vários tipos de agressão e vitimização por bullying apresentam-se com diferentes frequências conforme o género dos alunos.
Objetivos: Avaliar a frequência das diferentes tipologias de vitimização e de agressão por bullying nos alunos participantes das escolas públicas de Guimarães. Comparar as frequências de vitimização e de agressão por bullying entre alunos de sexo feminino e masculino.
Desenho do estudo: Estudo observacional e transversal.
Métodos: Foi selecionado um igual número de turmas do 6º e do 8º ano das escolas públicas do concelho de Guimarães, em Portugal. Os alunos preencheram autonomamente um questionário com informação demográfica e o Multidimensional Peer Victimization Scale adaptado para Portugal. Técnicas de estatística descritiva e analítica foram utilizadas na análise dos dados. Considerou-se Bullying, na relação com os cole-gas, 2 ou mais episódios de maus-tratos no mês anterior.
Resultados: Avaliaram-se 660 alunos, de 11 a 16 anos de idade, 48.8% do 6º ano, 48.8% do sexo feminino, de dez escolas das catorze do concelho. Declararam-se envolvidos diretamente em comportamentos de bullying, como autores ou alvo de maus tratos, 71.2% dos alunos (78.1% dos rapazes e 64.0% das raparigas). As prevalências, por tipologia, foram de 61.2% no verbal, 36.8% no social, 24.8% no físico e 22.9% de envolvidos no bullying relativo à propriedade. As tipologias mais frequentemente reportadas pelas vítimas, em ambos os géneros, masculino e feminino, foram a verbal (54.0% e 41.3%, respetivamente) e a social (26.7% e 30.1%, res-petivamente). No total dos alunos as tipologias de vitimização mais frequentes foram a vitimi-zação verbal com 48.4% e a vitimização social com 28.8%. Nos agressores, a verbal e a física nos rapazes (respetivamente 44.5% e 25.5%) e a verbal e a social nas raparigas (28.3% e 9.3%) foram as mais frequentes. No total dos alunos as tipologias de agressão mais frequentes foram a agressão verbal com 36.6% e a agressão física com 15.3%. Os alunos do sexo masculino estiveram mais frequentemente envolvidos diretamente em comportamentos de bullying. Nos rapazes encontraram-se proporções de vítimas de todas as tipologias exceto a social, e de agressores verbais e físicos, significativamente superiores. Encontraram-se diferenças significativas nas proporções de vítimas e agressores entre escolas, grupos etários e anos de escolaridade.
Conclusão: Os alunos que negaram envolvimento direto no bullying foram apenas 28.8%. Encontraram-se vários comportamentos de bullying significativamente diferentes entre géneros, mas não em todas as escolas, grupos etários e ano de escolaridade. Estes dados indicam que os fatores genéticos podem não ser importantes, devendo a atuação centrar-se noutros aspetos. O estudo dos fatores que condicionam as diferenças dos comportamentos e tipologias de bullying poderá facilitar a identificação de situações de violência de forma a evitá-las.
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