Tiaprida no tratamento de doentes com dependência alcoólica: qual a evidência?

Autores

  • Maria João Abreu Unidade de Saúde Familiar Duovida, Guimarães
  • Helena Ribeiro Unidade de Saúde Familiar Novos Rumos, Guimarães
  • Maria do Céu Ferreira Serviço de Psiquiatria do Hospital de Braga
  • Nuno Namora Unidade de Saúde Familiar Duovida, Guimarães
  • Teresa Martins Unidade de Saúde Familiar Novos Rumos, Guimarães
  • Luísa Ferraz Unidade de Saúde Familiar Duovida, Guimarães

DOI:

https://doi.org/10.25752/psi.6662

Palavras-chave:

Alcoolismo, Tiaprida

Resumo

Introdução: A dependência alcoólica representa uma das mais prevalentes perturbações psiquiátricas, constituindo um importante problema de Saúde Pública. O tiaprida é um dos fármacos com indicação clínica nas perturbações do comportamento na abstinência alcoólica.

Objetivo: Esclarecer se a utilização do tiaprida é fundamentada pela evidência científica no tratamento da dependência alcoólica (síndrome de abstinência e manutenção da abstinência).

Métodos: Pesquisa bibliográfica em diferentes bases de dados utilizando os termos MeSH: alcoholism e tiapride. Limitou-se a pesquisa a artigos publicados nos últimos 20 anos, em inglês, português ou espanhol. Os níveis de evidência e forças de recomendação foram atribuídos segundo a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) da American Family Physician.

Resultados: De um total de 22 artigos identificados, foram incluídos cinco Ensaios Clínicos Controlados e Aleatorizados. Da análise dos artigos, dois mostraram que o tiaprida poderia ser uma opção eficaz no tratamento da síndrome de abstinência alcoólica. Em relação à manutenção da abstinência, os resultados foram contraditórios, com um estudo a mostrar superioridade e dois inferioridade em relação ao placebo.

Conclusões: A evidência científica mostrou benefício para a utilização do tiaprida na síndrome de abstinência alcoólica (SORT B), embora esta recomendação seja suportada apenas por dois estudos heterogéneos. Em relação à manutenção da abstinência, o uso do tiaprida não é suportado pela evidência científica mais recente (SORT B). Contudo, são necessários mais estudos científicos de boa qualidade metodológica que avaliem se o tiaprida é de facto uma terapêutica efetiva no tratamento da dependência alcoólica.

Biografias Autor

Maria João Abreu, Unidade de Saúde Familiar Duovida, Guimarães

Mestrado Integrado em Medicina.

Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar na USF Duovida do ACES do Alto Ave.

Helena Ribeiro, Unidade de Saúde Familiar Novos Rumos, Guimarães

Mestrado Integrado em Medicina.

Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar na USF Novos Rumos do ACES do Alto Ave.

Maria do Céu Ferreira, Serviço de Psiquiatria do Hospital de Braga

Mestrado Integrado em Medicina.

Interna de Formação Específica de Psiquiatria no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Braga.

Nuno Namora, Unidade de Saúde Familiar Duovida, Guimarães

Mestrado Integrado em Medicina.

Interno de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar na USF Duovida do ACES do Alto Ave.

Teresa Martins, Unidade de Saúde Familiar Novos Rumos, Guimarães

Licenciatura em Medicina.

Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar na USF Novos Rumos do ACES do Alto Ave.

Luísa Ferraz, Unidade de Saúde Familiar Duovida, Guimarães

Licenciatura em Medicina.

Médica Assistente Graduada em Medicina Geral e Familiar na USF Duovida do ACES do Alto Ave.

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Publicado

2016-07-19

Edição

Secção

Artigos de Revisão