Desenvolvimento do tecido adiposo e muscular em suínos de raça Alentejana

Autores

  • A. Freitas
  • J. Neves
  • J. T. Nunes
  • R. Charneca
  • J. M. Martins

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.15418

Resumo

O presente trabalho, pretendeu estudar o efeito do peso de abate sobre a evolução do tecido adiposo e muscular de porcos Alentejanos destinados à produção de carne para consumo em fresco. Utilizaram-se 30 suínos de raça alentejana (sexos neutralizados) alojados e alimentados individualmente com um alimento composto comercial equilibrado (3100 Kcal ED e 150g de Proteína Bruta por Kg), fornecido a 85% do Ad Libitum. Efectuaram-se abates sucessivos de 5 animais aos 40, 70, 80, 90, 100 e 110 kg de peso vivo. As carcaças foram refrigeradas a 4 ºC durante 24 horas e seguidamente procedeu-se à pesagem da gordura perirenal (banha) e à medição da gordura subcutânea dorsal e da área do músculo Longissimus dorsi entre a décima e décima primeira costela, ao nível da última costela e entre a terceira e quarta vértebra lombar. O aumento do peso de abate influenciou significativamente (P<0,01) o peso da gordura perirenal tendo-se determinado valores médios de 1,26, 2,08, 3,22, 3,36, 3,68 e 4,02 Kg, respectivamente nos abates efectuados aos 40, 70, 80, 90, 100 e 110 Kg. Também a espessura da gordura subcutânea dorsal aumentou significativamente (P<0,01) com o aumento do peso de abate. A média dos valores determinados nos três locais da meia carcaça foi de 1,56, 3,21, 4,12, 5,10, 5,41 e 5,38 cm, respectivamente nos animais abatidos aos 40, 70, 80, 90, 100 e 110 Kg. Os porcos abatidos aos 70 Kg apresentaram o dobro da espessura da gordura subcutânea dorsal dos porcos abatidos aos 40 Kg e cerca de 22% menos que os abatidos aos 80 Kg. As espessuras de gordura subcutânea dorsal dos animais abatidos entre os 90 e 110 Kg de peso vivo foram semelhantes entre si. A área do músculo Longissimus Dorsi evidenciou um ligeiro aumento com o incremento do peso de abate, tendo-se determinado valores médios (média dos três locais de medição) de 15,49, 17,94, 18,54, 20,13, 20,01 e 20,36 cm2, respectivamente aos 40, 70, 80, 90, 100 e 110 kg. Entre os 70 e 110 Kg não se observaram diferenças significativas, possivelmente devido à variabilidade observada. Os resultados demonstraram a elevada capacidade de deposição de gordura e o limitado potencial de desenvolvimento muscular da raça suína Alentejana e salientaram a necessidade de se desenvolverem estudos para se determinar o peso óptimo de abate que optimize o sistema produtivo de porco de raça Alentejana destinado à produção de carne para consumo em fresco.

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Publicado

2018-11-10

Edição

Secção

Geral