Estudo histológico sobre a formação de raízes adventícias em estacas caulinares de oliveira (Olea europaea L.)

Autores

  • A. Peixe
  • M. Serras
  • C. Campos
  • M. A. Zavattieri
  • M. A.S. Dias

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.15441

Resumo

Mesmo quando estimulada pela aplicação exógena de reguladores de crescimento, a capacidade de enraizamento da oliveira, por estacaria semi-lenhosa, encontra-se muito dependente do genótipo utilizado. É assim possível encontrar cultivares como a Cobrançosa, onde se atingem sem dificuldade taxas de formação de raízes adventícias próximas dos 70%, e cultivares como a Galega vulgar, onde só muito esporadicamente se conseguem ultrapassar os 10% de estacas enraizadas.

Este trabalho apresenta os resultados preliminares de um estudo de histologia comparativa entre as cultivares de Olea europaea referidas. Procuraram-se diferenças tanto na anatomia do caule como na ontogénese das raízes adventícias, que pudessem ajudar a compreender a diferença de comportamento de duas cultivares relativamente ao enraizamento por estacaria semi-lenhosa.

Das observações que até agora foi possível efectuar, constatou-se que a anatomia do caule na zona de formação das novas raízes adventícias não difere significativamente, apresentando no entanto qualquer uma das cultivares em estudo um anel de esclerênquima, mais ou menos continuo, que poderá actuar como uma barreira mecânica ao normal desenvolvimento das raízes.

Relativamente às regiões ontogenicamente activas, as observações efectuadas permitiram constatar que na Cobrançosa as novas raízes têm origem nos tecidos situados na proximidade do câmbio vascular, enquanto que na Galega vulgar, são as células parenquimatosas do recém formado calo de cicatrização que estão na origem dos campos morfogénicos da raiz.

Esta aparente diferença entre os tecidos envolvidos no processo de desdiferenciação e reaquisição do estado meristemático primário, condição essencial para a formação dos novos meristemas radicais, é mais um contributo que, esperamos, possa ajudar a compreender as grandes diferenças observadas na capacidade de enraizamento destas cultivares, por este método de propagação vegetativa.

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Publicado

2018-11-11

Edição

Secção

Geral