Amendoeira: uma aproximação quantitativa à disponibilidade de subprodutos
DOI:
https://doi.org/10.19084/rca.19712Resumo
A amêndoa já foi um dos principais produtos de exportação do setor agrícola em Portugal. Contudo, a presença crescente no mercado mundial de amêndoa produzida na Califórnia a preços muito baixos e o despovoamento do meio rural, sobretudo a partir da década de 1970, levaram ao progressivo abandono da cultura.
Amendoeira [Prunus dulcis (Mill.) D. A. Webb], contudo, nunca deixou de ser uma espécie emblemática em Portugal. Ainda que com baixo valor económico continuou a criar paisagens deslumbrantes, com a sua floração precoce, atraindo turísticas ao interior, em particular ao Vale do Douro e afluentes, onde sempre foi mantendo algum valor para a economia familiar.
Nos últimos anos, contudo, tem havido um renovado interesse na cultura. O aumento do consumo de amêndoa a nível mundial tem criado condições para que os preços se mantenham um pouco mais atrativos que em anos anteriores o que, associado à falência generalizada do setor arvense de sequeiro do interior do país, tem estimulado o aparecimento de novas plantações de amendoal.
Nos anos recentes a amendoeira tem sido valorizada pela amêndoa comestível e pontualmente em roteiros turísticos de inverno associados à floração, como se referiu. Contudo, diversos subprodutos da amendoeira podem ser valorizados, desde cascas, folhas e lenhas de poda. Neste trabalho faz-se uma estimativa da quantidade desses materiais que é produzida em Portugal e apresentam-se pistas para valorizações potenciais.