Contribuição para o conhecimento de Garcia de Orta

Autores/as

  • Maria Cândida Liberato

DOI:

https://doi.org/10.19084/rca.15917

Resumen

Nos finais da Idade Média, nomeadamente em Portugal, começou a surgir o gosto pela observação e registo da natureza. Os descobrimentos marítimos portugueses nos séculos XV e XVI permitiram, desde o início, verificar que o mundo natural era diferente do que se encontrava nos textos clássicos da cultura greco-romana, onde o conhecimento da Ásia era muito incipiente e distorcido. A descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1498, o posterior estabelecimento de um governo em Goa, a fundação de várias feitorias situadas em pontos estratégicos do Índico e a realização de algumas alianças locais, permitiram a Portugal controlar o acesso às especiarias e drogas farmacêuticas, muito pretendidas nos mercados europeus. A este Estado da Índia começaram a afluir religiosos, militares, funcionários régios, físicos, boticários e muitos outros. Neste contexto, Garcia de Orta, com formação académica baseada nos textos clássicos, foi para a Índia como médico do nomeado capitão-mor do mar da Índia, ficando naquele local o resto da sua vida. O contacto directo com as drogas e especiarias medicinais na Ásia permitiu-lhe verificar e corrigir, de forma pioneira, os conceitos existentes sobre aquelas mercadorias, algumas das quais usadas desde há muito pela medicina ocidental, e apresentar novos produtos. Deixou os seus conhecimentos registados na obra Coloquios dos simples, e drogas e cousas medicinais da ÍndiaEsta obra constitui o primeiro contributo científico europeu para o conhecimento das plantas medicinais orientais. Depois de ter sido dado a conhecer à Europa, em latim, aquela obra teve uma enorme repercussão, que se regista até hoje, sendo importante para Medicina, Farmacognosia e Botânica.

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Publicado

2018-12-06

Número

Sección

General