Adubação azotada de plântulas de triticale sob toxicidade de alumínio

Resumo

O triticale constitui uma cultura tolerante a condições climáticas e edáficas extremas, estando bem adaptado a solos ácidos, com níveis tóxicos de Al. A satisfação das necessidades cerealíferas crescentes da população mundial é o desafio fundamental da agricultura sustentável, evitando a poluição antropogénica, frequentemente por compostos azotados contaminantes de aquíferos e da atmosfera.

Foi estudado o enriquecimento amoniacal na adubação azotada em triticale, na presença de alumínio tóxico. As plantas com três dias do genótipo tolerante ao Al TTE 9203 foram sujeitas à presença de 0 ou 370 mM Al e receberam as quatro proporções de NO₃^-/ NH₄⁺ seguintes 15:1, 8:1, 3:1 e 1:1, tendo sido fixada a concentração total de 3,2 mM N nas diferentes modalidades em solução nutritiva.

Relativamente aos correspondentes controlos, os tratamentos com 370 mM Al induziram reduções importantes no crescimento, que variaram significativamente entre 75,3% e 47,3% do comprimento radicular, 80% a 60% da biomassa radicular e 89% a 71% da biomassa aérea, segundo a proporção de NO₃^-/ NH₄⁺ presente na solução nutritiva. Efectivamente, o Al tóxico reduziu muito significativamente a absorção de nitrato pelas plantas. O efeito negativo do Al nas jovens plantas foi mais evidente na modalidade com a proporção 15:1 NO₃^-/ NH₄⁺, tendo a presença de Al provocado as reduções de 52,7 % do alongamento da radícula mais longa e de 40,6 % da biomassa fresca de raiz produzida em quatro dias de tratamento. Pelo contrário, na modalidade com a proporção 8:1 NO₃^-/ NH₄⁺, as raízes das plantas sofreram as reduções mínimas daqueles parâmetros relativamente ao correspondente controlo (24,7 % e 20,3 %, respectivamente). No seu conjunto, os resultados obtidos indicaram que o NH₄⁺ pode aliviar a toxicidade do Al em triticale, na fase vegetativa precoce que constitui a mais susceptível à toxicidade daquele metal. Sob stress por Al, a proporção de NO₃^-/ NH₄⁺ ideal para o crescimento das plântulas e maior eficiência de uso do azoto será aproximadamente de 8:1.

São discutidos aspectos económicos e ecológicos da utilização de fontes alternativas de azoto amoniacal na fertilização da cultura.