Contributos para a adaptação face ao surgimento de uma situação de perturbação neurocognitiva na família

Autores

  • Mafalda Sofia Gomes Oliveira da Silva Escola Superior de Saúde Jean Piaget, Vila Nova de Gaia, Portugal; Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-2509-5566
  • Luís Octávio de Sá Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), Porto, Portugal; Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0001-9687-413X
  • Ana Catarina Rodrigues da Silva Reis Centro Hospitalar Universitário, São João, Porto, Portugal; Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-0986-6092

DOI:

https://doi.org/10.12707/RV21122

Palavras-chave:

relações familiares, família, demência, enfermagem

Resumo

Enquadramento: A família é o principal recurso da pessoa que adoece, assumindo-se, os seus constituintes, como cuidadores familiares.

Objetivo: Identificar as variáveis que influenciam o impacto da perturbação neurocognitiva nos familiares e caracterizar os cuidadores de pessoas com PNC.

Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo e correlacional, com 262 familiares de pessoas com perturbação neurocognitiva.

Resultados: Os cuidadores evidenciam uma associação entre as dimensões impacto emocional (r = 0,526; n = 102; p < 0,01), económica (r = 0,292; n = 102; p < 0,01), procura de suporte (r = 0,279; n = 102; p < 0,01), prestação de cuidados (r = 0,375; n = 102; p < 0,01) com maior sobrecarga percecionada. Entre os membros da família, quanto maior o impacto das relações familiares percebidas, maior o suporte social percebido (r = 0,219; n = 104; p < 0,05); quanto maior o impacto emocional, maior a necessidade de procura de suporte (r = 0,303; n = 104; p < 0,01); e quanto maior o impacto percebido na dimensão económica, maior a necessidade de procura de suporte (r = 0,319; n = 104; p < 0,01).

Conclusão: O grau de funcionalidade da família, a dependência da pessoa cuidada, a escolaridade, o género e o grau de parentesco parecem ter influência na adaptação das famílias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abreu, M. (2020). Intervenções do enfermeiro especialista de saúde mental em contexto comunitário: Uma proposta de intervenção de enfermagem de consultadoria e ligação na UCC. [Dissertação de mestrado, Instituto Politécnico de Castelo Branco]. https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/33568/1/BCTFC116.pdf

Agostinho, M., & Rebelo, L. (1988). Família: Do conceito aos meios de comunicação. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 5(32), 18-21.

Alzheimer Europe. (2019). Dementia in europe yearbook 2019: Estimating the prevalence of dementia in Europe. https://www.alzheimer-europe.org/sites/default/files/alzheimer_europe_dementia_in_europe_yearbook_2019.pdf

Araújo, F., Pais-Ribeiro, J., Oliveira. A., Pinto, C., & Martins, T. (2008). Validação da escala de Lawton e Brody numa amostra de idosos não institucionalizados. In I. Leal, J. Pais-Ribeiro, I. Silva & S. Marques (Eds.), Actas do 7º congresso nacional de psicologia da saúde (pp. 217-220). ISPA.

Araújo, F., Ribeiro, J., Oliveira, A., & Pinto, C. (2007). Validação do índice de Barthel numa amostra de idosos não institucionalizados. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 25(2), 59-66.

Carvalho, A., Araújo, L. J., & Veríssimo, M. T. (2019). Quando os cuidados continuados chegam ao fim: Perspetivas de cuidadores informais sobre o momento da alta. Revista de Enfermagem Referência 4(22), 107-116. https://doi.org/10.12707/RIV19023

Figueiredo, M. H., Gonçalves, E., Marques, E., Vitor, C., Murteiro, A., Lebreiro, M., & Rego, R. (2020). Estratégias de coping na família da pessoa portadora de esclerose múltipla [Dissertação de mestrado, Instituto Politécnico da Guarda]. Repositório Institucional do Instituto Politécnico da Guarda. http://hdl.handle.net/10314/3982

Guerreiro, M., Silva, A. P., Botelho, M., Leitão, O., Castro-Caldas, A., & Garcia, C. (1994). Adaptação à população portuguesa da tradução do Mini Mental State Examination. Revista Portuguesa de Neurologia, 1(9). Instituto da Segurança Social, I. P. (2021). Guia prático: Estatuto do cuidador informal principal e cuidador informal não principal. https://www.seg-social.pt/documents/10152/17083135/8004-Estatuto+Cuidador+Informal+Principal+e+Cuidador+Informal+n%-C3%A3o+Principal/2efee047-c9ba-49c8-95f2-6df862c4b2c5

Landeiro, M. J., Peres, H. H., & Martins, T. V. (2017). Construção e avaliação de tecnologia educacional interativa para familiares cuidadores sobre cuidar de pessoas dependentes. Revista Eletrônica De Enfermagem, 19, 1-12. https://doi.org/10.5216/ree.v19.38115

Mattos, E. B., & Kovács, M. J. (2020). Doença de Alzheimer: A experiência única de cuidadores familiares. Psicologia USP, 31, e180023. https://doi.org/10.1590/0103-6564e180023

Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais. (2021). Estudo sobre perceção dos portugueses sobre cuidadores informais. https://movimentocuidadoresinformais.pt/wp-content/uploads/2021/04/cuidadores-informais_infografia_A4.pdf

Melo, R., Rua, M., Santos, C., Novais, S., Mota, L., Príncipe, F., & Silva, M., (2021). Intervenção de enfermagem e coping na transição para cuidador familiar. Revista de Investigação & Inovação em Saúde, 4(1) 61-73. https://doi.org/10.37914/riis.v4i1.119

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2020). Linhas de orientação para a prática profissional OPP: O profissional no âmbito dos cuidados paliativos. https://recursos.ordemdospsicologos.pt/files/artigos/cuidados_paliativo-3.pdf

PORDATA. (2021). Base de dados Portugal Contemporâneo. https://www.pordata.pt/Portugal/Indicadores+de+envelhecimento-526-3741

Ribeiro, J. (1999). Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS). Análise Psicológica, 3 (XVII) 547-558.

Sequeira, C. (2007). Cuidar de idosos dependentes. Coimbra: Quarteto editora.

Silva, M., & Sá, L. (2020). Validação de conteúdo de um instrumento de avaliação do impacto do transtorno neurocognitivo na família. Revista de Enfermagem Referência, 5(2), 1-8. https://doi.org/10.12707/RIV19074

Vaz, I. D. (2020). A literacia em saúde dos cuidadores formais e informais. (Dissertação de mestrado, Escola Superior de Saúde). Repositório Institucional da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto. https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/17502/1/DM_Iolanda%20Vaz.pdf

World Health Organization (2018). Towards a dementia plan: A WHO guide. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272642/9789241514132-eng.pdf?ua=1

Publicado

2022-09-08

Como Citar

Silva, M. S. G. O. da, Sá, L. O. de, & Reis, A. C. R. da S. (2022). Contributos para a adaptação face ao surgimento de uma situação de perturbação neurocognitiva na família. Revista De Enfermagem Referência, 6(1), 1–8. https://doi.org/10.12707/RV21122

Edição

Secção

Artigos de Investigação