Perceção, crenças e conhecimentos dos enfermeiros família sobre violência conjugal: Um estudo exploratório

Autores

  • Sónia Isabel Lopes Almeida Pinto Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego, Unidade de Saúde Familiar CoimbraCelas, Coimbra, Portugal; Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0003-1436-414X
  • Célia Maria Abreu Freitas Pires Universidade de Aveiro, Escola Superior de Saúde, Aveiro, Portugal; Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0002-5515-3296
  • João Paulo Almeida Tavares Universidade de Aveiro, Escola Superior de Saúde, Aveiro, Portugal; Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal; Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS@RISE), Universidade de Aveiro, Escola Superior de Saúde, Aveiro, Portugal http://orcid.org/0000-0003-3027-7978

DOI:

https://doi.org/10.12707/RVI23.21.29533

Palavras-chave:

violência doméstica, violência por parceiro íntimo, cultura, enfermagem familiar, atenção primária à saúde

Resumo

Enquadramento: A violência conjugal (VC) representa um problema de saúde pública, sendo a intervenção dos enfermeiros influenciada pelas suas crenças e conhecimentos.

Objetivo: Analisar as perceções, crenças e os conhecimentos dos enfermeiros de família (EF) sobre a VC.

Metodologia: Estudo observacional, descritivo e correlacional, partindo de uma amostra não probabilística de 98 EF, através de questionário online, utilizando escalas sobre perceção, crenças e conhecimentos sobre VC.

Resultados: Numa situação de VC, a maioria dos EF (78%) encaminha as vítimas para outros profissionais e apenas 16% faz a denúncia. Um terço dos EF fez formação nesta área. Como barreiras para a sua intervenção, identificaram a falta de preparação teórica e técnica e falhas ao nível da organização das unidades de saúde. Globalmente, apresentaram baixo nível de crenças (1,44 ± 0,45) e conhecimentos aceitáveis (2,90 ± 0,41). O sexo masculino influenciou significativamente o nível de crenças sobre VC.

Conclusão: Os EF percecionam situações de VC, contudo necessitam de formação e de condições favoráveis nas unidades de saúde para intervirem de forma efetiva.

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Publicado

2023-12-18

Como Citar

Pinto, S. I. L. A., Pires, C. M. A. F., & Tavares, J. P. A. (2023). Perceção, crenças e conhecimentos dos enfermeiros família sobre violência conjugal: Um estudo exploratório. Revista De Enfermagem Referência, 6(2), 1–7. https://doi.org/10.12707/RVI23.21.29533

Edição

Secção

Artigos de Investigação