Convulsoterapias na prática psiquiátrica brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12707/RIV18082

Palavras-chave:

convulsoterapia, eletroconvulsoterapia, tratamento psiquiátrico involuntário, história da enfermagem

Resumo

Contexto: Nas décadas de 1920-40, a psiquiatria tradicional no Brasil apostava na prática de convulsoterapias como tratamento inovador para reduzir sintomas das doenças mentais.

Objetivo: Analisar as técnicas de aplicação de convulsoterapias em dois periódicos médicos.

Metodologia: Estudo documental, qualitativo, cujas fontes históricas foram os Arquivos Brasileiros de Neurologia e Psiquiatria (ABNP) e os Anais do Instituto de Psiquiatria (IPUB) de 1928 a 1947. Para análise crítica foi feita a triangulação dos dados e organização temática.

Resultados: Foram encontradas 27 publicações em ambos os periódicos. As publicações encontradas foram agrupadas de acordo com as técnicas utilizadas [choque cardiazólico (14); malarioterapia (5); choque insulínico (4); choque cardiazólico associado ao choque insulínico (2); eletroconvulsoterapia (1); choque cardiazólico associado a eletroconvulsoterapia (1)].

Conclusão: Os periódicos pesquisados contribuíam para a difusão do desenvolvimento científico sobre as terapias biológicas, publicando estudos que norteavam a sua aplicação, visando estabelecer um sentido entre as doenças mentais, os seus sintomas e os efeitos de cada uma das técnicas convulsivas de tratamento, sem mencionar explicitamente a participação da enfermagem.

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Publicado

2019-06-28

Como Citar

Miranda, J. da S., Guimarães, J. C. da S., Santos, T. M. dos, Brandão, A. P. L., Santos, T. C. F., & Peres, M. A. de A. (2019). Convulsoterapias na prática psiquiátrica brasileira. Revista De Enfermagem Referência, 4(21), 159–168. https://doi.org/10.12707/RIV18082

Edição

Secção

Artigos de Investigação Histórica