TRIPOFOBIA, UMA FOBIA POR CONTAR?

A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Autores

  • João B. Fonseca Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães.
  • Eduarda Machado Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães.
  • Rosa Rodrigues Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães.
  • Patrícia Mendes Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães.

Palavras-chave:

Tripofobia, Aversão, Perturbação de Ansiedade, Fobia Específica.

Resumo

A tripofobia define o medo intenso, ou aversão, a padrões irregulares ou
agrupamento de pequenos buracos ou saliências. Embora não seja reconhecida
pelo Manual de Diagnóstico e Estatística de Perturbações Mentais, a descrição da
tripofobia cumpre em muitos casos critérios para ser classificada como uma fobia
específica.
A maioria dos indivíduos queixa-se de um medo desproporcional dirigido a
imagens compostas por buracos ou padrões geométricos repetitivos cuja
visualização desencadeia uma resposta ansiosa com intensa sintomatologia
neurovegetativa e que pode conduzir a evitamento fóbico e ansiedade antecipatória
a essas imagens.
Descrevemos um caso de uma adolescente de 15 anos de idade que foi
referenciada à consulta de Pedopsiquiatria por perturbação ansiosa com sintomas
somáticos e comportamentos ritualizados de ordem e verificação. Referia sentir
náuseas, taquicardia e inquietação interna sempre que observava padrões
geométricos (como olhar para kiwis, morangos e favos de mel) e evitar situações
em que antecipava a existência desses padrões. A doente foi medicada com
fluvoxamina 50 mg id e manteve acompanhamento psicológico com melhoria do
quadro clínico.
Com este caso pretendemos rever a literatura existente sobre tripofobia e
contribuir para uma melhor compreensão da sua existência em outras patologias
psiquiátricas como as perturbações da ansiedade.

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Publicado

2021-05-10

Edição

Secção

Artigos