A difusão da telemedicina em Portugal: dos benefícios prometidos aos riscos de um sistema de cuidados duas velocidades

Autores

  • Carlo Botrugno “L’altro diritto” RUEBES, Universidade de Florença
  • Joana R. Zózimo “L’altro diritto” RUEBES, Socius-ISEG, Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.7458/SPP20209312257

Palavras-chave:

telemedicina, telemonitorização, tecnologias da informação e comunicação em saúde, saúde em linha, saúde móvel, desigualdades em saúde

Resumo

O objetivo primário deste artigo é analisar a política de implementação da telemedicina, à luz das possíveis repercussões que a sua difusão pode induzir, quer na prática médica quotidiana, quer, mais em geral, na organização do SNS. A análise baseia-se em dados secundários obtidos a partir de atos normativos e relatórios publicados pelo Ministério da Saúde e pela Comissão Europeia, tanto no âmbito específico da e-Health, quanto naquele mais abrangente da inovação tecnológica em saúde. Após avaliar os principais eixos da estratégia pública de promoção da telemedicina, realçamos a necessidade de uma visão crítica que acompanhe a difusão dos serviços à distância na prática médica, a fim de evitar repercussões negativas, entre as quais o aumento da tendência de privatização dos serviços de saúde e o agravamento das desigualdades, com o risco inerente de criar um sistema de cuidados de saúde “a duas velocidades”.

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Publicado

2020-03-10

Edição

Secção

Artigos