Cadetes nas academias militares portuguesas: um retrato sociológico

Autores

  • Helena Carreiras Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (Cies_Iscte), Lisboa, Portugal
  • Fernando Bessa Military University Institute, Centre for Research in Security and Defence (CISD), Lisboa, Portugal
  • Patrícia Ávila Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (Cies_Iscte), Lisboa, Portugal
  • Luís Malheiro Military University Institute, Centre for Research in Security and Defence (CISD), Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.7458/SPP20209314043

Palavras-chave:

cadetes militares, corpo de oficiais, origens sociais, relações civis-militares

Resumo

O objetivo do presente artigo é revisitar a questão das origens sociais do corpo de oficiais das Forças Armadas, utilizando dados de um inquérito aplicado a todos os cadetes que frequentavam os cursos das escolas superiores militares, em 2016. Coloca-se a questão de saber se as características sociológicas das futuras elites militares revelam um padrão de convergência com a sociedade ou se dela se afastam, em termos de origens geográficas, género e origens sociais. O artigo apresenta um retrato sociológico dos cadetes e compara-o com estudos anteriores, identificando tendências de mudança e continuidade. Os resultados demonstram que existe diversidade e convergência no padrão de recrutamento: os cadetes são oriundos de uma maior variedade de regiões do país relativamente ao passado; persistem assimetrias de género, mas que têm vindo a diluir-se; os padrões de autorrecrutamento são estáveis; e subsiste uma segmentação na origem social que aponta para a dominância das classes sociais mais qualificadas e com maiores recursos. Na conclusão são levantadas questões sobre os padrões de convergência civil-militar, bem como sobre o possível aumento das diferenças entre categorias no interior das forças militares.

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Publicado

2020-03-10

Edição

Secção

Artigos