Ser contemporâneo, sobrevivendo às classificações do pensamento sociológico

Autores

  • Augusto Santos Silva Faculdade de Economia da Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.7458/SPP2014763482

Palavras-chave:

Modernidade, conhecimento em rede

Resumo

O pensamento sociológico é muito influenciado por classificações de natureza dicotómica. Uma, especialmente influente, é a que se organiza em torno da categoria de modernidade, e que opõe quer moderno a pré-moderno, quer pós-moderno a moderno. Mas o que queremos dizer quando usamos estas categorias e fazemos este tipo de oposições binárias? Elas ainda fazem sentido hoje, para a teoria sociológica? Elas só podem ser empregues em dicotomias, ou há formas alternativas e mais produtivas? Este artigo procura responder a estas questões. Primeiro, mostra a enorme influência cultural e teórica da ideia de modernidade e das categorias que dela decorrem. Depois, que estas categorias devem ser consideradas na sua tensão relativa: ainda somos modernos e já não somos só modernos. Em seguida, que a redução dessa tensão à forma de uma dicotomia empobrece e enviesa a explicação sociológica. Finalmente, o artigo sugere um posicionamento ao mesmo tempo mais modesto e mais aberto, em matéria epistemológica: definirmo-nos apenas como contemporâneos, isto é membros da nossa circunstância, mas capazes de mobilizar todas as possibilidades que ela nos confere.

Biografia Autor

Augusto Santos Silva, Faculdade de Economia da Universidade do Porto

Doutorado em Sociologa pelo ISCTE-IULProfessor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto

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Publicado

2014-07-07

Edição

Secção

Artigos