Reforço da literacia estatística de futuros técnicos superiores de segurança no trabalho
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32337Palavras-chave:
Graficacia, Gráficos estatísticos, Relatórios técnicosResumo
Uma das marcas distintivas do séc. XXI é a relevância dos dados estatísticos na tomada de decisão nas mais diversas áreas da sociedade. Para tal muito contribuem os avanços tecnológicos que vêm aprimorando as ferramentas de análise de dados, proporcionando novos e mais avançados métodos estatísticos, e tornando mais acessíveis e apelativas as ferramentas estatísticas básicas, como, por exemplo, as representações gráficas.
Para lidar eficazmente com os dados estatísticos, os indivíduos devem estar dotados de competências que permitam a compreensão e uso dos métodos e linguagem estatísticos, em particular, o entendimento dos termos estatísticos básicos, uso de símbolos estatísticos, e interpretação de diferentes representações de dados.
Pela sua essência de linguagem universal e eficácia na organização, apresentação e difusão da informação contida em dados estatísticos, os gráficos são uma das faces mais visíveis da Estatística no quotidiano. As investigações sobre a leitura, interpretação e construção de gráficos estatísticos identificam, no entanto, dificuldades e erros generalizados, detetados em todos os estratos e sectores da sociedade e áreas do saber, independentemente da escolaridade dos indivíduos
A recolha, organização, análise e reporte de elementos estatísticos relativos à segurança e saúde no trabalho (SST) é uma das obrigações legais dos serviços de SST das organizações. Pela natureza estatística dos dados tratados pelos Técnicos de Segurança no Trabalho (TST), para cumprimento dessas obrigações e comunicação interna das organizações, é indispensável que estes profissionais possuam competências que lhes permitam analisar os dados e transmitir de forma rigorosa e clara a informação decorrente dessa análise. Em particular, devem estar cientes das potencialidades e limitações dos gráficos estatísticos para que, ao incluí-los nos relatórios, proporcionem um retrato fiel que sustente a tomada de decisão.
Os estudantes futuros TST, que frequentam as unidades curriculares de Estatística que lecionamos e que orientamos na dissertação final, manifestam dificuldades na leitura, interpretação e construção de gráficos estatísticos, relacionadas com a seleção do gráfico adequado aos dados, a identificação da variável em estudo, a contextualização dos valores apresentados num gráfico, e o resumo da informação contida num gráfico. Considerando as recomendações dos estudos que abordam essas dificuldades, e visando a promoção da literacia estatística, planificámos um seminário/workshop.
Com base em pesquisa bibliográfica, a investigação desenvolvida visou a seleção dos conteúdos pedagógicos do seminário/workshop que permitam o reforço da literacia estatística e graficacia dos estudantes, atendendo à importância dos tópicos a abordar, às competências a trabalhar e à adequação/contextualização dos conteúdos na futura prática profissional dos estudantes.
A investigação culminou numa sequência didática focada nas competências que sustentam a construção de gráficos estatísticos de qualidade, e a leitura critica de gráficos presentes nos media, relatórios técnicos, e artigos científicos, e direcionada para a reflexão sobre a finalidade, utilidade e limitações dos gráficos estatísticos, e as caraterísticas dos gráficos estatísticos. Os recursos pedagógicos elaborados incluem uma apresentação Powerpoint com exemplos práticos das recomendações para gráficos estatísticos de qualidade, e uma atividade prática contextualizada na futura atividade profissional dos estudantes, envolvendo a análise dos gráficos contidos num relatório de sinistralidade laboral.
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