Abuso Físico na Criança: a Cintigrafia Óssea no Diagnóstico de Lesões Não Acidentais

Autores

  • Ana Fernandes Centro Hospitalar São João http://orcid.org/0000-0002-5489-8050
  • Teresa Faria
  • Ana Oliveira
  • Pedro Barata Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa
  • Jorge Pereira Centro Hospitalar São João

DOI:

https://doi.org/10.25748/arp.14113

Resumo

Introdução: O abuso físico em crianças é um problema complexo que deve ser identificado e resolvido o mais rapidamente possível, numa abordagem multidisciplinar. As fraturas são um indicador muito forte de abuso, apesar de, maioritariamente, não causarem risco de vida. Assim, a imagiologia é crucial, uma vez que as fracturas são frequentemente ocultas, com sinais e sintomas difíceis de interpretar, e as crianças nem sempre têm capacidade de fornecer a história. A Cintigrafia óssea na suspeita de abuso físico em crianças surge em publicações desde os anos 80.
Objectivo: Rever o papel da Cintigrafia óssea no abuso infantil.
Discussão: A Cintigrafia óssea está incluída nas guidelines de abordagem de crianças vítimas de abuso em alguns países. No nosso país, o seu papel e a sua utilidade estão pouco divulgados.
Estudos comparativos entre a Radiografia e a Cintigrafia óssea demonstraram que a cintigrafia foi o único método capaz de identificar lesões em 4 a 20% dos casos, para além de ajudar a esclarecer lesões equívocas na radiografia.
Conclusão: Na suspeita clínica de abuso infantil, o método de eleição é a Radiografia do esqueleto. Contudo, concluímos que não existe um método ideal único e que a Radiografia e a Cintigrafia óssea apresentam um papel complementar, não competitivo.
Propomos, assim, a realização regular da Cintigrafia óssea, quando a Radiografia não identifica qualquer lesão óssea, quando apresenta achados equívocos ou nos casos em que a determinação exata do número e da localização das lesões possa ter impacto legal.

Publicado

2019-05-03

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