Radioembolização de Metástases Hepáticas de Carcinoma Colorretal. Um Estudo Retrospetivo de 9 Anos numa Instituição de Referência em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.25748/arp.25698Resumo
Introdução: O papel da radioembolização (RE) de metástases hepáticas de carcinoma colorretal (mhCCR) permanece indefinido. O presente estudo pretende avaliar os resultados e possíveis fatores de prognóstico da RE nestes pacientes.
Metodologia: Foi realizada uma análise retrospetiva de todos os doentes com mhCCR quimiorrefratárias e irressecáveis submetidos a RE na nossa instituição, desde janeiro de 2011 a março de 2020. A sobrevida a um ano foi determinada pelo método de Kaplan-Meier; para avaliação de fatores de prognóstico foram usados os testes log-Rank, Qui-quadrado, Fisher, Mann-Whitney e teste-t.
Resultados: Foram avaliados 30 pacientes. A idade média foi de 61,5 anos e a maioria dos doentes eram do sexo masculino (63,3%). A dor abdominal foi a complicação mais frequente (40%). O sucesso da RE foi observado em 50% dos casos. Um estádio ≤ 3, níveis de CEA < 20 ng/mL e ausência de invasão vascular ou linfática no momento do diagnóstico, bem como um tempo livre de metastização superior a um ano desde o diagnóstico foram significativamente associados ao sucesso da RE. A sobrevida a um ano de pacientes com e sem sucesso na RE foi de 9,4 e 8,9 meses, respetivamente.
Conclusão: A RE é uma terapêutica bem-tolerada, com resultados promissores. A seleção criteriosa dos pacientes é fundamental para a obtenção de uma RE com sucesso. As complicações são poucas e facilmente controladas. Contudo, são necessários mais estudos para fundamentar e validar esta opção na gestão terapêutica dos pacientes com mhCCR quimiorrefratárias e irressecáveis.
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