Hipersensibilidade a Meios de Contraste Derivados do Gadolínio: Caracterização Retrospectiva de uma Coorte Portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.25748/arp.29707Resumo
Introdução: Os meios de contraste radiológico (MCR) são muito utilizados e as reações de hipersensibilidade aos meios de contraste derivados do gadolínio (MCDG) têm aumentado. O difícil reconhecimento dos sintomas leva a um diagnóstico tardio, bem como a uma prevalência real desconhecida. O objetivo foi avaliar reações de hipersensibilidade aos MCDG numa população seguida num hospital terciário.
Métodos: Estudo retrospetivo de doentes acompanhados em consulta de Imunoalergologia por suspeita de hipersensibilidade a MCDG entre 2014-2021. Os doentes foram caraterizados clínica e demograficamente.
Resultados: Foram incluídos 36 doentes adultos(88,9% mulheres; média idades 54,1 anos) com 37 reações. Quatro dos 12 doentes com exposição prévia a MCR relataram reações adversas. 38,9% dos doentes eram atópicos. O MCDG mais frequentemente identificado como responsável foi o gadobutrol(n=10) e em 64,9% não foi possível determinar o MCDG. Dos 31 doentes com reações imediatas, o grau I (Classficação Ring e Messmer) foi o mais frequente(77,7%). Três doentes relataram reações tardias, sendo o exantema maculopapular a manifestação mais comum. A maioria das reações foi tratada com corticóide e anti-histamínico(37,8%). Os testes cutâneos por picada foram positivos em 5 doentes: gadobutrol(n=3) e gadoxetato dissódico(n=2). Um doente também apresentou teste intradérmico positivo para o ácido gadotérico. Realizaram-se testes epicutâneos em 7 doentes, todos negativos. Não foram realizadas provas de provocação nem avaliação após re-exposição.
Conclusões: A maioria das reações foi imediata e ligeira. O MCDG mais frequentemente envolvido foi o gadobutrol, conforme descrito. Destaca-se a importância do reconhecimento e gestão precoce destas reações como pilar para a prestação de cuidados médicos adequados.
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