Terra e africanos no pensamento colonial português, c. 1920 – c. 1945
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.2015213.01Palavras-chave:
terra, pensamento colonial, colonialismo português, ÁfricaResumo
Neste artigo procuro analisar os pressupostos e a importância de algumas das teses e técnicas que estiveram na origem das políticas coloniais de terras portuguesas em África, entre meados da década de 1920 e da década de 1940, e discutir qual o seu papel no projeto colonial português. Acompanho em especial o modo como, quer em fóruns nacionais e internacionais de discussão sobre temáticas coloniais, quer no discurso oficial, pela voz de políticos na metrópole e de administradores e técnicos coloniais, foram ganhando peso teses que previam o acesso das populações africanas à propriedade individual para diversos fins. Estas iam contra a perspetiva dominante no pensamento colonial português até ao início do século XX, que ditava o acesso limitado dos africanos à terra, em nome, por exemplo, da valorização económica dos territórios coloniais, do combate à especulação imobiliária e da salvaguarda da soberania portuguesa em África.