Os desafios de fazer família à distância. Reflexões sobre migrações e dinâmicas familiares em Cabo Verde
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.2020237.07Palavras-chave:
migrações, Cabo Verde, famílias transnacionais, processo, antropologiaResumo
O artigo aborda as relações entre migrações, género e dinâmicas familiares a partir da sociedade crioula de Cabo Verde. Baseado em dados de pesquisa de campo na Ilha da Boa Vista, na qual mulheres emigram para a Itália para o trabalho como empregadas domésticas, reflito sobre as construções das dinâmicas familiares num espaço territorial e relacional que não se restringe às pessoas que residem próximas fisicamente. Num processo que denomino de fazer família, as redes de apoio e de solidariedade são constantemente acionadas em um ir e vir de pessoas entre as duas localidades, que é resultado de planeamentos a longo prazo, obedecendo tanto à lógica cabo-verdiana de que para crescer é preciso sair, quanto à adequaçãodos projetos de mobilidade aos limites do mercado de trabalho e da legislação italiana para imigrantes.