A reclusão de mulheres e a indústria de reintegração

Autores

  • Pat Carlen Universidade de Keele

DOI:

https://doi.org/10.31447/AS00032573.2007185.03

Palavras-chave:

prisão, mulheres, reintegração, reabilitação

Resumo

Este artigo fala sobre as economias culturais e políticas da reclusão de mulheres e a indústria de reintegração e sobre o discurso de reabilitação na prisão, em que se baseia actualmente essa indústria. A autora apresenta quatro argumentos principais: (i) uma das principais, mas mal exploradas, causas para o rápido crescimento da população prisional feminina é o aumento exponencial da indústria internacional de reintegração; (ii) mau-grado a retórica contemporânea de reintegração, a essência da prisão consiste na lógica de encarceramento, o que corrompe inevitavelmente todas as tentativas de reforma na prisão; (iii) uma das razões para o rápido aumento da população prisional feminina tem subjacente a crença de que hoje a prisão é uma ferramenta multifuncional de engenharia social que serve não só para punir, mas também para fazer desaparecer as causas do crime; (iv) dado existirem razões lógicas, sociológicas, ideológicas, políticas e culturais que tornam o conceito de reintegração social através da prisão impossível, dever-se-á contestar as alegações contraditórias que repetidamente recuperam para a prisão um papel que oferece tanto o castigo como a reabilitação.

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Publicado

2007-12-31

Como Citar

Carlen, P. . (2007). A reclusão de mulheres e a indústria de reintegração. Análise Social, 42(185), 1005–1019. https://doi.org/10.31447/AS00032573.2007185.03

Edição

Secção

Artigo Dossiê Temático