Chamar as coisas pelos nomes: o conceito de populismo na imprensa portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.31447/2022117Palavras-chave:
populismo, media, análise de conteúdo, PortugalResumo
A crescente preponderância do populismo na política levanta questões sobre a sua definição e sobre a sua utilização. Com base na análise qualitativa e quantitativa de textos, este artigo aborda a forma como se retrata o populismo na imprensa portuguesa, as suas associações e discrepâncias com o discurso académico. Ao longo de um período de dez anos (2012-2021), analisam-se dois meios de comunicação social para avaliar a presença do populismo na imprensa antes da entrada do Chega no parlamento. O populismo é frequentemente associado a figuras internacionais, em artigos de opinião, sob um tom negativo, e tipicamente associado a um posicionamento ideológico. A nebulosidade e a imprecisão conceptual do populismo extravasam os corredores da academia, embora os meios de comunicação social estejam significativamente alinhados com as definições académicas.