O Bairro Social do Arco do Cego - uma aldeia dentro da cidade de Lisboa
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.1994127.11Palavras-chave:
Bairro Social do Arco do Cego, habitação da classe operária urbana, habitação social, Estado NovoResumo
Nascido na sequência do Decreto n.° 4137, de 24 de Abril de 1918, o Bairro Social do Arco do Cego marca as primeiras intervenções estatais na procura de soluções efectivas para o problema da habitação da classe operária urbana. As poucas iniciativas desenvolvidas até aí provinham, em geral, do sector privado, muitas vezes ligadas às entidades empregadoras. A acção das câmaras municipais não passava de pontual e ocasional, sem enquadramento legal e sem fontes de financiamento assegurado. O Arco do Cego ficara situado na área de expansão da cidade de Lisboa, a nascente das Avenidas Novas, do plano de Ressano Garcia. A planta, de malha ortogonal, é simétrica em relação ao eixo principal, a Rua Dr. Magalhães Lima, e com hierarquização total das vias, contrastando com o traçado urbano envolvente, tal como acontece na maior parte dos bairros económicos. A estrutura fechada confere-lhe, intencionalmente, um carácter de «aldeia» dentro da cidade. O bairro, projecto da 1.a República e símbolo importante do Estado Novo, pelas características peculiares que lhe estão associadas, é um marco na história da habitação social e da própria cidade de Lisboa. O Bairro do Arco do Cego fica situado bem no centro da cidade de Lisboa, a nascente das Avenidas Novas, entre praças muito importantes, a de Londres, o Campo Pequeno e, mais afastadas, o Areeiro e o Saldanha. Os transportes urbanos privilegiam artérias periféricas ao bairro onde se situam estações do metropolitano e do comboio. É ainda ladeado por equipamentos de nível superior, nomeadamente o Instituto Superior Técnico e a sede da Caixa Geral de Depósitos.