Descolonizar: reimaginar a ordem do sensível no Portugal pós-colonial
DOI:
https://doi.org/10.31447/44073Palavras-chave:
Sociologia pós-colonial, luso-tropicalismo, estudos sensoriais, racismo estrutural, colonialismo sensorialResumo
Este ensaio propõe uma leitura pós-colonial da sociedade portuguesa a partir da sociologia, articulando uma abordagem interdisciplinar que convoca a história, a antropologia, os estudos culturais e a psicologia social. Analisa-se a persistência do colonialismo nos regimes sensoriais que estruturam o presente, explorando três frentes: a violência racializada, a resiliência do luso-tropicalismo como tecnologia de poder e as estéticas de resistência que desafiam os códigos hegemónicos de perceção. Dialogando com o campo dos estudos sensoriais, o texto convoca o sensorium como dispositivo analítico para compreender a colonialidade inscrita nos sentidos. Descolonizar é, aqui, uma tarefa analítica, política e sensorial que exige reconfiguração epistémica. A questão final não é retórica, mas metodológica: o que é preciso sentir para descolonizar?
