Perder um animal de companhia: rituais e práticas de luto
DOI:
https://doi.org/10.31447/AS00032573.2022243.10Palavras-chave:
animais, animais de companhia, luto, morte, práticas de luto, rituais de lutoResumo
Quais são as dimensões sociais do luto por perda de um animal de companhia? Como é vivido no quotidiano, em práticas e rituais? E que implicações tem para a redefinição das fronteiras entre os humanos e os outros animais? Cruzando contributos dos Estudos dos Animais e da Sociologia da Vida Pessoal, este artigo propõe uma interpretação do luto por um animal a partir de um olhar triplo. Primeiro, a partir do lugar que os animais de companhia ocupam nas redes pessoais dos portugueses, e da relacionalidade da vida contemporânea. Segundo, olhando para as práticas e rituais específicos que, após a perda de um animal, continuam a tecer a fina teia que os integra nas vidas dos humanos. Terceiro, considerando as desigualdades que atravessam o luto em função da espécie, e que fazem não só com que se perpetue a excecionalidade do humano face aos outros animais, como que certas espécies não--humanas sejam vistas como mais dignas de luto do que outras.