Cortiços no Brás: velhas e novas formas da habitação popular na São Paulo industrial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31447/AS00032573.1994127.07

Palavras-chave:

bairro do Brás, São Paulo, habitação popular, bairros operários

Resumo

O estudo procurou revelar, à luz de uma determinada ótica teórica sobre o espaço construído, a verdadeira face da questão urbana em São Paulo, examinando a construção e transformação da cidade, apreendidas pelo bairro do Brás. Evidenciou-se o processo de segregação sócio-espacial como resultante do jogo dos agentes capital, Estado e trabalho em curso no país. As mudanças no bairro reflectem diferentes etapas do processo capitalista no Brasil, processos que moldaram o espaço urbano e se representaram por diferentes configurações, em especial no caso da moradia. A modalidade de habitação popular mais antiga em São Paulo, o «cortiço», constitui abrigo para a maioria dos trabalhadores pauperizados da cidade desde os primórdios da industrialização nos finais do século XIX. Configurando um componente típico da paisagem paulistana, o bairro «operário», misto de indústrias, fabriquetas e moradias populares, era marcado também por um componente étnico-cultural, uma certa territorialização da pobreza e da imigração estrangeira - italianos, espanhóis e também os negros. São famosos na literatura os bairros do Brás, Bexiga, Barra Funda, Moóca e outros. A modalidade «cortiço» - habitação precária de aluguer, com co-habitação e inquilinato nos cómodos, nas suas várias formas -, continuou expressiva quantitativamente em São Paulo até a década de 30. E mesmo após a mudança do padrão de crescimento urbano - décadas de 40 e 50 -, na expansão horizontal e surgimento das chamadas «periferias desequipadas», o cortiço continuou a representar uma alternativa para os trabalhadores, em diferentes formas de «exclusão social».

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

1994-06-30

Como Citar

Pardini Bicudo Véras, M. (1994). Cortiços no Brás: velhas e novas formas da habitação popular na São Paulo industrial. Análise Social, 29(127), 599–629. https://doi.org/10.31447/AS00032573.1994127.07