A política urbana no Brasil e em Portugal: contexto e evolução histórica

Autores/as

Palabras clave:

política urbana, Brasil, Portugal, ordenamento territorial

Resumen

O presente artigo resume o processo de evolução histórica da política urbana no Brasil e em Portugal, a partir dos principais aspectos do seu contexto político e respectivos marcos regulatórios. Pela análise empreendida foi possível constatar que ambos os países sofreram com o acelerado processo de urbanização ocorrido na segunda metade do século XX, com as transições e alternâncias entre os regimes conservadores e democráticos, mas possuem uma legislação urbanística nacional avançada e que prima pela eficácia na implementação de seus instrumentos urbanísticos. O desafio está na sua implementação e articulação com as demais políticas setoriais que, em sua maioria, seguem de forma independente e limitadas na sua vertente territorial, bem como no fomento de uma cultura coletiva político-administrativa territorial, envolvendo técnicos, gestores, comunidade profissional e cidadãos em geral para que conheçam e apliquem de forma adequada os instrumentos regulados.

Biografía del autor/a

Eglaísa Micheline Pontes Cunha, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL

Administradora, com especialização em: Educação e Desenvolvimento pela Universidade de Brasília; Urbanismo e Desenvolvimento Sustentável pela UIMP/UIM/Espanha; Desafios Urbanos e Gestão de Grandes Cidades pela Escola Nacional de Administração da França - ENA; Gestão Pública pela Escola Nacional de Administração Pública - ENAP . Mestre em Planejamento e Gestão Educacional pelo Institut International de Planification de l´Éducation, Unesco, Paris/França, Mestre em Educação: Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior pela Universidade de Brasília. Entre 2004 e 7/2016 foi Gerente de Capacitação do Ministério das Cidades, responsável pela implementação do Programa Nacional de Capacitação das Cidades. É Técnica em Assuntos Educacionais do quadro permanente do Ministério da Educação e atualmente está licenciada para cursar o Doutorado em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental na Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC, com Doutorado Sanduíche na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal.

Rui Pedro Julião, Universidade Nova de Lisboa

Rui Pedro Julião é Doutorado em Geografia e Planeamento Regional (especialidade de Novas Tecnologias em Geografia), é Professor Auxiliar do Departamento de Geografia e Planeamento Regional da NOVA FCSH e Professor Auxiliar Convidado do NOVA IMS. Foi Subdirector-Geral do Instituto Geográfico Português, responsável pelas áreas de Investigação & Desenvolvimento, Cadastro e Sistema Nacional de Informação Geográfica (2002 a 2012), e Presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos (2012 a 2016).

Francisco Henrique Oliveira, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Graduou-se em Engenharia Cartográfica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) em 1993. Obteve o doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2002. Em 2012, como bolsista do CNPq realizou no primeiro semestre seu pós-doutorado na RWTH - Aachen University - Instituto de Geodésia - Alemanha, e no segundo semestre do mesmo ano continuou seu pós doc na UNI - University of Northern Iowa - Departamento de Geografia - EUA, tendo como foco a temática do Cadastro Territorial Multifinalitário. Atualmente é professor associado da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), professor colaborador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e professor convidado do Lincoln Institute of Land Policy ? Boston - USA. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Cadastro Territorial Multifinalitário, atuando principalmente nos seguintes temas: geoprocessamento, cartografia, cartografia cadastral, cadastro técnico multifinalitário e cartografia temática.

Citas

Arantes, O.; Maricato, E. & Vainer, C.(2000). A Cidade de Pensamento Único. Petrópolis: Vozes. 2000.

BONDUKI, Nabil; KOURY, Ana Paula. Das reformas de base ao BNH. As propostas do Seminário de Habitação e Reforma Urbana. Arquitextos, São Paulo, ano 10, n. 120.02, Vitruvius, maio 2010.

Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1998: atualizada até a Emenda Constitucional no 20, de 15-12-1998. 21. São Paulo: Saraiva, 1999.

Brasil. Ministério das Cidades. Cadernos 1 a 8. Brasília: Ministério das Cidades, 2004.

Brasil. Câmara dos Deputados e Instituto Pólis. Estatuto da Cidade - Guia para implementação pelos Municípios e Cidadãos. Brasília: Câmara dos Deputados - Centro de Documentação e Informação - Coordenação de Publicações, 2001.

Brasil. Lei 11.124, de 16 de junho de 2005. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS.

Brasil. Lei 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

Brasil. Lei 12.587, de 03 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis nºs 3.326, de 3 de junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis nºs 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá outras providências.

Brasil. Lei 13.089, de 12 de janeiro de 2015. Institui o Estatuto da Metrópole, altera a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e dá outras providências.

Caldeira, J. (2010) “As Grandes Opções da LBPOTU e a Agenda necessária à constituição e consolidação do Sistema de Gestão Territorial” in Actas do Seminário Os Dez Anos da Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e Urbanismo - Génese e evolução do sistema de gestão territorial, 1998-2008, Lisboa: Edição DGOTDU, 33-50.

Campos, V; Ferrão, J. (2015) O Ordenamento do Território em Portugal: uma perspectiva genealógica, ICS, Universidade de Lisboa: Working Papers.

Campos, V. (2016) “Reflexões sobre a oportunidade e bondade do novo quadro legal do ordenamento do território e urbanismo”, in Monteiro, C.; Valle; J.; Miranda, J. (coord.) O Novo Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, Coimbra: Almedina, pp. 39-47.

Fedozzi, Luciano. Orçamento Participativo de Porto Alegre: Gênese, avanços a limites de uma idéia que se globaliza. Cidades- Comunidades e Territórios Jun. 2009, n.18, pp. 41-57

Fernandes, Edesio. Reforma urbana e reforma jurídica no Brasil: duas questões para reflexão. In: Costa, G.M. & Mendonça, J. Planejamento urbano no Brasil: trajetória e perspectivas. Belo Horizonte: Ed. C/Arte, 2008. pp. 123-135

Ferrão, J. (2014), O Ordenamento do Território como Política Pública, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. 2ª. ed.

Galvão, S. (2016) “Revisão do regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial Tópicos de uma primeira leitura”, in Monteiro, C.; Valle; J.; Miranda, J. (coord.) O Novo Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, Coimbra: Almedina, pp. 21-37.

PNPOT/Alteração. Uma Agenda para o Território (Programa de Ação – 20/7/2018 )

Disponível em: http://pnpot.dgterritorio.gov.pt/.

IPEA. Relatório Brasileiro para a Habitat III. Ministério das Cidades. 2016.

Lopes, Carlos (2011). Crescimento económico e desigualdade: As novidades pós Consenso de Washington. Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 94|2011, URL: https://journals.openedition.org/rccs/1475#tocto1n1; DOI: 10.4000/rccs.1475

Maricato, Erminia. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes, 2001. 208p.

Maricato, Erminia. Para entender a Crise Urbana. Expressão Popular. São Paulo. 2015.

Maricato, Erminia. O impasse da política urbana no Brasil. Vozes. Rio de Janeiro. 2012.

Monte-Mór, R. “Do urbanismo à política urbana: notas sobre a experiência brasileira. In: Costa, G.M.& Mendonça. J. G. (orgs.) Planejamento Urbano no Brasil: trajetória, avanços e perspectivas. Ed. C/Arte, Belo Horizonte, 2008.

Monte-Mór, R. 2006. As teorias urbanas e o planejamento urbano no Brasil. In C. C. Diniz & M. A. Coco (Eds.), Economia Regional e Urbana: contribuições teóricas recentes. Belo Horizonte: Editora UFMG. pp. 61-85.

Monte-Mór, Roberto Luis de Melo, A questão urbana e o planejamento urbano-regional no Brasil contemporâneo. In: Diniz, C.C.; Lemos, M.B. (Org.) Economia e Território. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005. pp. 429-446.

Mota, Juliana Costa. Uma Análise da Criação e da Atuação do SERFHAU. XII Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional. Belém. 2007.

Serra, Geraldo. Urbanização e centralismo autoritário. São Paulo: EDUSP/Nobel, 1991. 172 p.

VILLAÇA, Flávio. (1995). A crise do planejamento urbano. São Paulo em perspectiva, São Paulo, Fudação Seade, vol. 9, nº 2.

________. Uma contribuição para a história do planejamento urbano no Brasil.. In: Déak, C. e Schiffer, S.R.. (Org.). In: O processo de urbanização no Brasil. São Paulo, SP.: FUPAM/EDUSP, 1999, v. , pp. 169-244.

Descargas

Publicado

2020-06-26

Número

Sección

Article