Manejo de águas pluviais em circunstâncias urbanas
Palabras clave:
manejo de águas pluviais, educação ambiental comunitária, formação de assessorias técnicasResumen
Dentre os desafios que se apresentam às cidades brasileiras, marcadas pela desigualdade social e pelo descaso com a qualidade ambiental, está o enfrentamento dos problemas causados pelas chuvas, cujos regime e intensidade já foram planetariamente alterados pela ação humana. Mudanças climáticas e consequente intensificação de eventos extremos impõem medidas urgentes para combater efeitos perniciosos, principalmente inundações e deslizamentos de encostas. Uma saída para mitigar tais problemas (e futuramente alcançar uma coexistência reconciliada com a água em meio urbano) está na implementação de projetos coletivos de manejo de águas pluviais por meio de parcerias entre grupos sócio-espaciais e poder público, em substituição ou complementares à drenagem urbana convencional, muitas vezes ineficaz. Este artigo discute propostas de ação extensionista que combinam educação ambiental comunitária e formação de assessorias técnicas em arquitetura e urbanismo no âmbito da habitação de interesse social (ATHIS). Essa ação conjunta parte de pequenas unidades geográficas – as circunstâncias – para chegar à totalidade da bacia hidrográfica, articulando vivências em nível micro local, adquiridas pela observação direta do cotidiano, ao conhecimento técnico-científico do desenho urbano e da hidrologia. Assim é possível que os moradores compreendam a relação entre o modelo de urbanização vigente e os problemas à sua porta. O conceito de circunstância é o principal fundamento de uma pedagogia das águas urbanas, desenvolvida pelo grupo de pesquisa MOM desde 2016, cujo intuito é democratizar o conhecimento sobre a dinâmica da água no interior das bacias urbanizadas e dar voz e poder de decisão a todos os seus habitantes.
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