Maria José Abrunhosa de Castro (1949-1999): arquitetura, planeamento, política, cidade e controvérsia democrática
Mots-clés :
arquitetas, Portugal, cidade, política, democracia, Maria José Abrunhosa de CastroRésumé
Maria José Abrunhosa de Castro (1949-1999) é uma figura incontornável da história do programa habitacional SAAL-Norte, bem como da história da arquitetura da cidade da Guarda. Este artigo estabelece-se como um contributo inicial para o futuro de uma investigação biográfica mais robusta sobre o percurso desta arquiteta. Após uma formação superior envolvida nas lutas estudantis do Porto, no final do Estado Novo, o programa SAAL-Norte foi uma das suas primeiras experiências profissionais. Posteriormente, foi a partir da Beira Interior, nomeadamente da cidade da Guarda, que desenvolveu um trabalho amplo na gestão urbana, na elaboração de projetos e planos de ordenamento, enquanto técnica municipal, durante a década de 80, e como profissional liberal nos dez anos seguintes. Apesar disso, a sua atividade profissional nunca esteve alheia de uma intervenção pública constante, escreveu em revistas da especialidade, participou em seminários e congressos, em programas televisivos e nas atividades da Associação dos Arquitetos Portugueses. Recorrendo a revisão bibliográfica, a entrevistas e a material de arquivo, a investigação aqui apresentada tem como principal objetivo dar a conhecer o trajeto profissional desta arquiteta, em particular a partir da sua produção escrita presente em artigos de opinião publicados em jornais de circulação regional e nacional. A partir de tais documentos, escrutina-se um discurso disciplinar que incide nos contextos específicos do seu exercício e que radica na sua compreensão de que a cidade não pode ser indissociável da política e da democracia, elementos indispensáveis para uma sociedade crítica, informada e envolvida no seu debate.
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