Marvila LAB: imaginar a habitação colectiva em Lisboa

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Mots-clés :

Marvila, urban regeneration, reuse, collective housing, building typology

Résumé

Quintas, fábricas, silos, gruas, antigos armazéns, conventos, ruas, caminhos, passagens, pequenas praças... das grandes infraestruturas ao tecido habitacional fragmentado, o espaço urbano da frente ribeirinha oriental de Lisboa constitui-se como uma mistura complexa e extremamente heterogénea. Perante a necessidade de antecipar a tendência de fragmentação e a descontinuidade irreversível entre tecidos, memórias e elementos que constituem o lugar, propomos investigar futuros possíveis para discutir a falta de habitação em Lisboa através da actualização e valorização de pré-existências e da utilização de estratégias urbanas e arquitectónicas de reciclagem, adaptação e reutilização.

 

Neste artigo apresentam-se os resultados de um workshop internacional desenvolvido entre a Faculdade de Arquitectura da ULisboa e a ETSAB-UPC de Barcelona, onde se explorou uma experiência pedagógica de projecto que adopta Marvila como laboratório e como caso de estudo.

 

O workshop parte dos resultados produzidos pelo projecto de investigação “Tipologia Edificada” (FCT: PTDC/ART-DAQ/30110/2017), para propor uma discussão com os alunos sobre estratégias de habitar colectivo e as formas de articulação entre o edificado e o espaço público, onde os espaços colectivos emergem como espaços de transição, mas também como lugares de encontro e partilha.

 

Com a identificação de cinco tipologias distintas de edifícios abandonados e localizados na zona oriental de Lisboa – armazém, convento, fábrica, palácio, vila operária – constituíram-se estudios de projecto que foram desafiados a repensar o tecido urbano como um sistema idealizado a partir de uma ideia de casa. Casa Atelier, Casa Compacta, Casa Comum, Casa Fragmentada, Casa de Fruição foram assim o suporte conceptual para a criação de cenários urbano-arquitectónicos que procuraram re-imaginar o habitat urbano.

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Publié-e

2024-05-06