Um Dia Sou Turista na Minha Própria Cidade
Mots-clés :
vida urbana, cidade, temporalidades, imaginários, políticas culturaisRésumé
O presente contributo serviu de suporte a uma comunicação recentemente apresentada no painel temático Sociedade, Urbanismo e Políticas Culturais do X Congresso Luso--Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, realizado em Braga. A justificação para se manter, na forma escrita, a abordagem desprendida da intervenção oral cumpre um propósito: mostrar que, na perspectiva de uma metodologia fenomenológica, é também possível descobrir e problematizar a cidade quando aliamos a sensibilidade sociológica e o questionamento teórico às observações espontâneas: contratempos, mensagens de pacotes de açúcar, anúncios publicitários, expressões linguísticas e comportamentais… modos de a cidade se fazer e dizer. A partir deste posicionamento metodológico, questionam-se modelos culturais de vida urbana cujos suportes variam da rotina (metro-boulot-dodo) à evasão (desejos de realização entravada que se recriam a nível imaginário). Tomando a cidade como objecto de reflexão, levanta-se a hipótese de dissenção entre o mundo cifrado das políticas culturais, o mundo dos constrangimentos reais e o mundo imaginário (de desejos por realizar, incluindo os sonhos de consumo). Em que medida as políticas culturais poderão contribuir para uma cidadania participada, a partir da reconquista do sentido da cidade?
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